Rodrigo Maia aponta inconstitucionalidades no decreto das armas de Bolsonaro

Presidente da Câmara disse, no entanto, que aguarda decisão do Senado sobre o decreto e que vai trabalhar em harmonia com Davi Alcolumbre

Presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) apontou inconstitucionalidades no decreto das armas
Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados - 18.6.19
Presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) apontou inconstitucionalidades no decreto das armas

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta terça-feira (18) que existem inconstitucionalidades nos decretos que flexibilizam o porte e a posse de armas editados pelo governo Jair Bolsonaro (PSL). Maia ponderou, no entanto, que os parlamentares vão aguardar a decisão do Senado sobre os decretos  para tomar qualquer iniciativa. Nesta terça, os senadores podem decidir se derrubam ou não novas regras editadas pelo governo sobre o assunto.

Leia também: Joice Hasselmann diz que já existe um "plano B" para aprovar decreto das armas

"Primeiro vamos deixar o Senado decidir. E vamos trabalhar em conjunto com o presidente do Senado (Davi Alcolumbre) para que possamos trabalhar em harmonia", disse Maia . O
presidente da Câmara acrescentou que a preocupação do parlamento deve estar focada na constitucionalidade dos decretos.

"Se os decretos são constitucionais, temos conforto. Se são inconstitucionais, acho que é fundamental que o Congresso avalie e derrube os decretos que são inconstitucionais ou
dialogue com o governo o pedido da restrição ou retirada do decreto", afirmou.

Leia também: Bolsonaro apela para que parlamentares não deixem decretos das armas 'morrer'

Rodrigo Maia também avaliou ainda pontos duvidosos na medida do governo. "Eu acho que no decreto há partes constitucionais. Parte do CAC (caçador, atirador, colecionador) é
constitucional. A parte que trata (da concessão) do porte de acordo com as profissões, de acordo com o meu ponto de vista e da assessoria da Casa, é inconstitucional", ponderou.

"Temos que esperar. Vamos ver se o Senado vai decidir primeiro, para avaliar de qual forma (agir). Se tiver consenso, (vamos ver) qual é o melhor caminho. (Podemos) até aprovar
um projeto de lei que trata do CAC e derrubar o decreto", acrescentou Maia.

O presidente da Câmara disse também considerar um trecho sobre o porte rural inconstitucional. Ele afirma que a Câmara pode votar um projeto de lei de autoria do deputado Afonso Hamm (PP-RS) sobre o assunto.

Leia também: "Não sou ditador, sou democrata, pô", diz Bolsonaro sobre decreto de armas

A proposta muda a definição de posse rural ao abarcar toda extensão da propriedade rural para o uso de armas de fogo, e não somente à sede do terreno. Além disso, Maia citou
outra proposta do ex-deputado Alberto Fraga (DEM-DF), que acabaria com "discricionariedade" de policias federais na concessão da posse de arma.