Witzel fala em jogar míssil em traficantes da Cidade de Deus

Governador afirma que Rio de Janeiro vive uma fase de terrorismo e que é papel do Estado garantir a segurança do cidadão a qualquer custo

Wilson Witzel voltou a defender o uso de míssil para combate ao tráfico, dessa vez na Cidade de Deus
Foto: Divulgação/ Governo do Estado do Rio de Janeiro
Wilson Witzel voltou a defender o uso de míssil para combate ao tráfico, dessa vez na Cidade de Deus


O governador Wilson Witzel (PSC) disse, nesta sexta-feira (14), que traficantes da Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio, poderiam ser explodidos por um míssil. A declaração foi feita durante a apresentação da expansão do programa 'Segurança Presente' para as cidades da Baixada Fluminense, em uma cerimônia em Nova Iguaçu.

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"Na vida não tem atalho, é muito estudo e muito trabalho. Agora, o vagabundo, aquele que é bandido, quer o atalho. Nós que somos cidadãos não vamos aceitar isso. A nossa Polícia Militar não quer matar, mas nós não podemos permitir cenas como aquelas que nós vimos lá na Cidade de Deus . E se fosse com a autorização da ONU ou em outros lugares do mundo, nós tínhamos autorização para mandar um míssil naquele local e explodir aquelas pessoas", afirmou Witzel, que foi aplaudido pelos presentes na solenidade.

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Para o governador, o Rio vive um estado de terrorismo. "Nós estamos vivendo um estado de terrorismo, não só no estado do Rio de Janeiro como um todo, mas nas comunidades onde eles se infiltraram. Não é a comunidade que faz o sujeito ser terrorista porque lá na Cidade de Deus, na Rocinha, no Vidigal, tem gente decente, que trabalha e estuda."

Apesar dos aplausos do discurso entre os presentes na solenidade, a declaração de Witzel foi repudiada pela presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), a deputada Renata Souza (PSOL).

De acordo com a parlamentar, a declaração do governador "revela uma mentalidade autoritária e violenta e que segurança pública se faz com estratégia, prevenção e inteligência, não com mísseis e execuções sumárias."

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Já a ONG Redes da Maré disse que a fala de Witzel "é um desrespeito com os mais de 2 milhões de moradores das favelas do Rio. Pessoas que diariamente movimentam a economia e a cultura do Estado, sem, em contrapartida, ter seus direitos garantidos como manda a Constituição brasileira. Seguramente, não é com declarações que incitam mais violência que a grave crie da segurança pública do Estado do Rio de Janeiro será resolvida."

Em nota, o Governo do Estado afirmou que em sua declaração, Witzel comparou as ações bélicas dos narcoterroristas que atuam no Rio de Janeiro com conflitos armados que existem no mundo. Ainda em seu discurso, o governador ressaltou que o Rio vive um estado de terrorismo dentro das comunidades, deixando milhares de famílias reféns da violência.

"Sobre a expressão 'aquelas pessoas', o governador se referia aos bandidos que enfrentaram os policiais e atiravam por trás de um muro na Cidade de Deus . Em um conflito bélico, eles seriam alvo de míssil", finalizou o governo.