Prova obtida de forma ilegal pode ser usada, diz Gilmar sobre mensagens de Moro

Ministro do STF também confirmou que a suspeição de Moro, pedida pela defesa de Lula, deverá ser julgada pela Segunda Turma no próximo dia 25

Foto: Nelson Jr./SCO/STF
Gilmar Mendes falou sobre vazamentos de conversas de Moro

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirmou, nesta terça-feira (11), que o  vazamento das mensagens do ex-juiz Sergio Moro e de procuradores da Lava Jato pode ser usado como prova, mesmo que tenha sido alcançado por meios ilegais. 

As conversas de Moro teriam sido enviadas ao site The Intercept Brasil por um hacker, o que levantou a discussão se o material poderia ser usado para anular condenações feitas pelo ex-juiz.  Gilmar Mendes , por sua vez, afirma que isso "não  necessariamente" anula a possibilidade de que as mensagens sejam usadas como provas.  

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"Não necessariamente [anula]. Porque se amanhã [uma pessoa] tiver sido alvo de uma condenação por exemplo por assassinato, e aí se descobrir por uma prova ilegal que ela não é autor do crime, se diz que em geral essa prova é válida", declarou a jornalistas. "Vamos aguardar. Tem vazamentos, estão anunciando novos vazamentos, então vamos aguardar”, afirmou. 

O ministro também confirmou que a Segunda Turma do STF deve julgar um pedido de habeas corpus de Lula no próximo dia 25. A defesa do ex-presidente apresentou o pedido no ano passado e quer que seja declarada a suspeição de Moro no caso do tríplex, acusando o ex-juiz de agir com parcialidade e depois aceitar o cargo como ministro de Bolsonaro.

Nesta terça-feira , o STF também julga outro pedido de liberdade de Lula, também autorizado pelo ministro. Apesar da expectativa para acontecer nesta terça-feira, o pedido nada tem de relação com os vazamentos revelados no último domingo.