Após site The Intercept Brasil revelar diálogos entre o ministro da Justiça Sérgio Moro e o procurador do Ministério Público Federal (MPF) Deltan Dallagnol, a imprensa internacional noticiou o caso, apontando a intervenção do juiz no andamento da Operação Lava Jato e a provável falta de provas no caso que levou à condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O vazamento das conversas foi a principal notícia na seção internacional da edição espanhola do El País . No texto, o jornal aponta a dúvida sobre a imparcialidade da Lava Jato e diz que “Moro recomendou ao procurador que ele mudasse a ordem de uma das etapas da investigação, cobrou mais agilidade nas operações, deu conselhos estratégicos e pistas informais de investigação, e antecipou ao menos uma de suas sentenças, criticou e sugeriu recursos ao Ministério Público, além de reclamar de Dallagnol, como se fosse seu superior hierárquico”.
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Enquanto isso, na França, o jornal Le Monde questionou ao público: “E se o maior escândalo de corrupção na história do país tivesse sido manipulado?”. No texto, o jornal ainda aponta que as revelações são capazes de comprovar que a tentativa por parte da investigação da Lava Jato de impedir que Lula “retornasse ao poder”.
Ainda na Europa, o jornal suíço Le Temps alegou a existência de uma “reviravolta no Caso Lula ” e afirmou que a investigação da Lava Jato “manobrou” para impedir o retorno do ex-presidente.
A notícia também chegou ao outro lado do mundo e repercutiu na imprensa asiática. Sob o título de “Relatório afirma que Lula foi preso para que ficasse fora das eleições de 2018”, o The Japan News relatou as revelações do The Intercept Bras il e apontou os prejuízos que o vazamento pode trazer ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
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Da mesma forma no Quatar, o canal Al Jazeera relatou sobre os vazamentos sobre a Lava Jato e que o ministro da Justiça brasileiro “colaborou com os procuradores para condenar o líder esquerdista por acusações de corrupção”.