IstoÉ

A ISTOÉ teve acesso com exclusividade a um documento do Ministério das Relações Exteriores contendo informações sobre a farra na liberação de passaportes diplomáticos concedidos na gestão do ministro Ernesto Araújo . Somente nos quatro primeiros meses deste ano, o Itamaraty concedeu 986 passaportes (com esses passaportes especiais, o cidadão pode entrar em qualquer país, sem visto, e ter regalias no embarque e desembarque). Esse total dá uma média de quase 250 passaportes diplomáticos ao mês.

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O número surpreende, pois, em 2018, foram concedidos 1.200 mil documentos especiais durante o ano inteiro. Ou seja, uma média mensal de 100 passaportes. Isso significa que a média mensal do Itamaraty aumentou em 150% durante o governo Bolsonaro.

Privilégios

O mais grave é que pelo menos 500 desses passaportes foram concedidos para ministros, deputados e senadores. Na lista de beneficiários, estão nomes que já nem mais fazem parte do governo, como o ex-ministro Ricardo Vélez Rodriguez. Também conseguiram o documento personalidades políticas como o ex-presidente do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL).

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Parentes

Além dos políticos, os passaportes foram dados para seus parentes, como esposas e filhos. Estão na lista ainda o governador do DF, Ibaneis Rocha. Até mesmo integrantes do PSL que lutam contra os privilégios, em teoria, solicitaram o documento. A senadora Soraya Thronicke conseguiu o documento para ela e para a filha, Isabela Thronicke.

Doenças raras


Senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) acaba de ser eleita presidente da Comissão de Doenças Raras do Senado
Divulgação
Senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) acaba de ser eleita presidente da Comissão de Doenças Raras do Senado


A senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) acaba de ser eleita presidente da Comissão de Doenças Raras do Senado. O vice será o senador Romário (Podemos-RJ). Tetraplégica, Mara vive numa cadeira de rodas e Romário tem uma filha com Síndrome de Down. Os dois lutam em defesa das pessoas com deficiência. Ao tomar posse, Mara disse: “Os casos são raros, mas são muitos”.

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Rápidas

* Desmancha prazeres, Bolsonaro determinou o fechamento do escritório da Itaipu em Curitiba, onde trabalha Rosângela da Silva, namorada de Lula. Os 150 funcionários serão transferidos para Foz do Iguaçu. A filial gastava R$ 7 milhões por ano.

* A Câmara vai gastar R$ 5,2 milhões com a compra de 20 elevadores para instalar em apartamentos funcionais dos deputados. O pregão para solicitação deveria ter saído em maio, mas foi suspenso por questões administrativas. Deve sair este mês.

Você viu?

* A esquerda quer continuar bagunçando o coreto. O PSOL, PT e a CUT marcaram greve geral para o próximo dia 14 de junho, contra a Reforma da Previdência. Todo mundo sabe que a reforma é a única coisa que pode tirar o país do caos em que está.

* Para impedir uma greve de caminhoneiros, Bolsonaro comemora a queda no preço dos combustíveis: 6% no Diesel e 7,2% na gasolina. Colocou ainda seus ministros para negociar com os motoristas.

Retrato falado


Bolsonaro:
Isac Nóbrega
Bolsonaro: "Estou comendo o pão que o diabo amassou"


O presidente Bolsonaro tem se mostrado insatisfeito com os rumos de algumas coisas no governo e mesmo no Congresso, contrariando seus posicionamentos. Na sexta-feira 31, em almoço com caminhoneiros no “Presidente, posto e churrascaria”, na beira de uma estrada perto de Anápolis (GO), ele desabafou com os motoristas que estava fazendo de tudo para atendê-los, mas às vezes não conseguia resolver todas as demandas. Em entrevista, disse até que há noites em que chora.

Toma lá dá cá


Orlando Morando, prefeito de São Bernardo do Campo
Divulgação
Orlando Morando, prefeito de São Bernardo do Campo


O que o senhor acha do movimento para deixar estados e municípios fora da Reforma da Previdência?
É um erro, pois atualmente não é apenas o governo federal que tem dificuldades para arcar com as despesas previdenciárias. É muito mais fácil o Congresso fazer uma reforma ampla do que deixá-la a cargo das assembléias legislativas e das câmaras municipais.

O senhor acredita que os municípios não conseguirão pagar a aposentadoria de seus servidores sem a reforma?
O não pagamento de aposentados e pensionistas não é algo que vai acontecer de imediato, mas precisamos ter a visão de que todos os recursos públicos aportados na Previdência Social poderiam ser investido em educação, saúde e segurança.

Fim do Foro

O senador Álvaro Dias (Podemos-PR) está fazendo uma campanha pelos corredores da Câmara para que seja aprovado, o mais rápido possível, o seu projeto que acaba com o Foro Privilegiado. Hoje, o foro é especial para mais de 58 mil autoridades brasileiras, desde ministros, parlamentares, governadores e quase 17 mil juízes. Essas pessoas, que hoje pertencem a um tipo de cidadão de primeira classe, não respondem por seus atos na justiça comum. Elas se reportam somente aos tribunais superiores, com o STF ou STJ. O projeto já foi aprovado na Comissão Especial na Câmara em dezembro. Agora, precisa ser votado em plenário.

Impunidade

O Foro Privilegiado tem servido para propiciar a impunidade aos políticos que recorrem a ele. Como exemplo, o senador explica que a Lava Jato, em cinco anos de operações, condenou 285 pessoas em primeira instância a penas de 3 mil anos, enquanto que o Supremo, nesse mesmo período, só condenou um político.

Bolsonaro mais popular

O secretário de Comunicação do Governo, Fábio Wajngarten, está colocando de pé um projeto para tornar o presidente Bolsonaro mais popular. Faz parte da estratégia levá-lo a programas de rádio e TV. Nos últimos dias, Bolsonaro já deu entrevista ao Domingo Espetacular (Record), foi ao Ratinho e deu entrevista para Danilo Gentili, ambos do SBT.


Fábio Wajngarten é o secretário de comunicação do governo
Marcelo Camargo/ABr
Fábio Wajngarten é o secretário de comunicação do governo


Previdência

Isso tudo porque ele comanda uma campanha que a Secom está lançando sobre a Nova Previdência, para fazer a reforma previdenciária ficar mais palatável, sobretudo junto aos mais pobres. O governo quer mostrar que eles não sofrerão prejuízos. Ele distribuirá os R$ 40 milhões da campanha nos diversos veículos de comunicação.

Carro elétrico

A deputada Rosana Valle (PSB-SP) apresentou projeto na Câmara para que a indústria automobilística seja proibida de fabricar carros movidos a combustível fóssil (derivados de petróleo) a partir de 2030. Só poderiam produzir carros elétricos. O problema é que hoje eles são muito caros: no mínimo R$ 130 mil. Nem todos podem comprar.

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