Luís Roberto Barroso negou que tenha feito qualquer referência política em seu discurso
Carlos Moura/SCO/STF - 23.4.2019
Luís Roberto Barroso negou que tenha feito qualquer referência política em seu discurso

Ao analisar a situação econômica e social do país em palestra na capital paulista, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso fez um diagnóstico dos problemas da educação. Sem citar  diretamente políticos ou  ministros do governo federal, Barroso criticou a abordagem de pautas de costumes como o foco dos problemas do ensino brasileiro.

Para o ministro, as políticas públicas devem mirar questões como a evasão escolar no ensino médio, o déficit de aprendizagem no ensino médido e a falta de atratividade da carreira do magistério.

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"Quem achar que o problema da educação básica no Brasil é escola sem partido, identidade de gênero ou saber se 1964 foi golpe ou não foi golpe, está assustado com assobração errada - afirmou o ministro. 

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O ministro negou que tenha feito qualquer referência política em seu discurso. Afirmou que sua análise parava na conjuntura política de 2018, mas que tratava-se apenas de como proteger as instituições num cenário político em que há ascenção de lideranças políticas populistas com aspirações autoritárias.

Para Barroso, há em curso um processo de erosão da democracia. "O que há de relevante é que essa crise da democracia não foi produto de golpes. Tem sido causada por líderes populares e populistas eleitos pelo voto. E chegando ao poder eles vão tomando providências. Concentra-se poder no executivo, persegue-se o líder da oposição, censura-se a imprensa aqui e ali e empacota-se o judiciario acolá. A soma disso leva ao autoritarismo", disse o ministro. 

Apesar do alerta, Barroso disse que não vê riscos no país. Ele afirmou que a ditaduras da América Latina sempre dependeram do suporte das forças armadas e que este não é o caso do Brasil de hoje.

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"Nos últimos 30 anos as forças armadas brasileiras se democratizaram. Por isso, não vejo risco", afirmou o ministro. Barroso também saiu em defesa da reforma da previdência e de uma simplificação tributária. Para o magistrado, o sistema brasileiro é injusto e acaba pesando mais sobre os mais pobres.

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