Ambos os ex-funcionários ligados ao ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, e empregados no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro – outro filho do presidente Jair Bolsonaro – jamais emitiram crachá funcional ou registraram entrada como visitantes na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. As informações são da edição desta segunda-feria (3) do jornal O Estado de S.Paulo .
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De acordo com as regras do órgão, qualquer servidor da Casa precisa fazer uma das duas coisas para comprovar que tem frequência, mesmo que exerça funções externas – já que um deles era motorista. Logo, como nenhum dos dois executou qualquer uma das ações, passaram o período em que estavam lotados no gabinete de Carlos Bolsonaro sem ter a presença atestada pelo sistema da Câmara.
Os documentos foram obtidos pelo jornal por meio da Lei de Acesso à Informação e mostram detalhes das investigações sobre Claudionor Gerbatim de Lima e Márcio da Silva Gerbatim, alvos do Ministério Público do Rio. Ambos tiveram sigilos bancário e fiscal quebrados na investigação que apura suposto esquema de lavagem de dinheiro no gabinete de Flávio Bolsonaro .
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"Se for servidor da CMRJ, para qualquer função que exercer, deverá utilizar o crachá funcional", diz a nota enviada pela assessoria da Casa ao Estado. "Para nomeado para cargo em comissão ou efetivado via concurso público, o crachá funcional será emitido para acesso às dependências do Legislativo, seja qual for a atividade a ser exercida", continua.
Claudionor e Márcio são, respectivamente, sobrinho da atual mulher de Fabrício Queiroz e ex-marido dela. Queiroz , por si só, é o pivô da investigação sobre repasses suspeitos na Alerj . Oficialmente, ele era motorista de Flávio, quando movimentou em sua conta cerca de R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e o mesmo mês do ano seguinte. O valor foi considerado "atípico" pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras ( Coaf ).
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