"Guedes não é obrigado a continuar como ministro", admite Bolsonaro

"Ele está no direito dele", diz o presidente sobre declarações do ministro de que deixaria o cargo caso Nova Previdência se transforme em "reforminha"

Foto: Isac Nóbrega/PR - 22.5.19
Bolsonaro disse que o ministro Paulo Guedes não é 'obrigado' a permanecer no governo

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira que o ministro da Economia, Paulo Guedes, está "no direito dele" e não é obrigado a continuar no governo, depois de ele declarar que deixará o cargo  caso a reforma daPrevidência apresentada pelo governo vire uma "reforminha". O comentário de Guedes ocorreu em entrevista publicada no site da revista Veja nesta sexta-feira. 

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"Ele está no direito dele. Ninguém é obrigado a continuar como ministro meu. Logicamente, ele está vendo uma catástrofe. E é verdade. Concordo com ele. Se nós não aprovarmos uma reforma realmente muito próxima da que nós enviamos para o Parlamento", declarou Bolsonaro , no Recife, após reunião com governadores do Nordeste e de Minas Gerais.

Bolsonaro aproveitou uma reunião com governadores do Nordeste, no Recife, para fazer um apelo pela aprovação da reforma da Previdência no Congresso.

O presidente afirmou ainda que Guedes "não é nenhum vidente, mas não precisa ser para entender que o Brasil vai viver um caos econômico sem a aprovação dessa reforma".

"Se não fizermos a reforma, o Brasil pega fogo. Vai ser o caos no setor público, tanto no governo federal como nos estados e municípios. Pego um avião e vou morar lá fora. Já tenho idade para me aposentar", disse o ministro , segundo a reportagem da Veja .

Mais tarde, no Twitter, o presidente brincou dizendo que seu casamento com Paulo Guedes continua "mais forte do que nunca" e que se a reforma não for aprovada, terá que trocar o ministro da Economia por um da alquimia.

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Segundo a revista, Guedes disse ainda que não é irresponsável e que poderia sair do governo caso seja aprovado o texto com uma economia muito menor do que o estimado de R$ 1 trilhão em dez anos.

"Eu não sou irresponsável. Eu não sou inconsequente. Ah, não aprovou a reforma, vou embora no dia seguinte. Não existe isso. Agora, posso perfeitamente dizer assim: 'Olha, já fiz o que tinha de ter sido feito. Não estou com vontade de ficar, vou dar uns meses, justamente para não criar problemas, mas não dá para permanecer no cargo. Se só eu quero a reforma, vou embora para casa. Se eu sentir que o presidente não quer a reforma, a mídia está a fim só de bagunçar, a oposição quer tumultuar, explodir e correr o risco de ter um confronto sério eu pego o avião e vou morar lá fora", declarou o ministro

Ainda de acordo com a publicação, Guedes afirmou que o presidente Jair Bolsonaro está totalmente empenhado em aprovar a reforma nos moldes em que o projeto foi enviado pelo governo ao Congresso.

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Ele reconhece que há uma margem de negociação, que pode no máximo ir a R$ 800 bilhões, e destacou ainda que a reforma previdenciária não está sendo apresentada apenas para equilibrar as contas públicas, mas que também se propõe a corrigir enormes desigualdades, de acordo com a revista.

O ministro reafirmou sua confiança nas convicções de Bolsonaro , e acredita em uma união política em torno da agenda econômica do governo. "Eu confio na confiança que o presidente tem em mim", declarou.