‘Reserva de poltrona’ e ‘localizador’ eram códigos para propina, diz dono da Gol
Empresário Henrique Constantino assinou delação premiada em fevereiro; as mensagens citam Michel Temer, Eduardo Cunha, Geddel e Rodrigo Maia
Por IstoÉ |
Em sua delação premiada já homologada pela Justiça Federal , um dos donos da Gol , o empresário Henrique Constantino, revelou que usava expressões relacionadas a passagens aéreas para conversar sobre pagamentos de propina com o operador financeiro Lúcio Funaro.
Constantino entregou cópias de mensagens trocadas via celular com Funaro, em material de sua delação, assinada no dia 25 de fevereiro com a Força-Tarefa Greenfield. A delação do dono da Gol foi revelada pelo jornal O Globo e atinge o ex-presidente Michel Temer, o ex-ministro Geddel Vieira Lima, o deputado cassado Eduardo Cunha e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
As expressões eram usadas para definir quais seriam as empresas de fachada de Funaro que receberiam os pagamentos de propina de Constantino, destinados ao grupo político do MDB.
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Em mensagem de 1º de agosto de 2013, o empresário pede para Funaro: “Você pode me mandar os dados da pessoa para a reserva da poltrona? Favor mandar para mim na Funchal. Abs.”
No dia seguinte, Funaro lhe envia os dados e manda uma mensagem para confirmar: “Recebeu a lista com o nome dos passageiros que te mandei?” Constantino dá uma resposta positiva: “Recebi. Assim que concluir as reservas, te passo o localizador e a taxa de câmbio. Abs.”
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Funaro também fez acordo de delação premiada com o MPF, há dois anos, e foi o primeiro a relatar os repasses de propina de Constantino. Após mostrar as mensagens, o dono da Gol relatou acertos de propina com políticos do MDB, fez acusações ao ex-presidente Michel Temer (MDB) e se comprometeu a pagar indenização de R$ 70 milhões aos cofres públicos.