Fernando Frazão/Agência Brasil
"Quem sabe daqui a alguns anos, se eu me aposentar, não me torno um político, né?", ponderou o juiz Marcelo Bretas

O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, disse nessa sexta-feira (26) que não descarta entrar para a política. Em palestra a empresários na Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, em Nova York, o magistrado também criticou a reforma da Previdência e defendeu que é preciso trocar a cúpula do poder para combater a corrupção.

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"Eu queria ter a resposta mais ampla de como resolver o problema no Rio, mas é muito difícil pra mim, vai além da minha capacidade. Quem sabe daqui a alguns anos, se eu me aposentar, não me torno um político, né? Pode ser, eu não sei", disse Bretas . As declarações foram publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo .

Bretas ressaltou, no entanto, que ainda não tem projeto político. "Sei que a imprensa está aqui, então adianto que não tenho um projeto, não estou planejando nada disso. Mas quem sabe um dia eu espero aposentar. Se eu tiver saúde e chegar até lá, até porque a aposentadoria está sendo difícil, vai ser um produto escasso qualquer dia no Brasil também", acrescentou, fazendo referência às mudanças propostas pela reforma da Previdência.

Quanto ao combate à corrupção , o juiz afirmou que quando o primeiro escalão do governo já foi corrompido, a base também não tem compromisso com a legalidade. "Eu acredito que dando o exemplo, punindo quem tem que ser punido, aplicando a lei como deve ser aplicada, trocando os governantes, espera-se que a coisa tenda a melhorar."

Durante a palestra, Bretas também falou sobre o  suicídio do ex-presidente do Peru Alan García após receber uma ordem de prisão, na semana passada. O magistrado considerou o ato lamentável e disse que os acusados de crimes de corrupção devem encarar as acusações e se defender no processo.

"A gente tem feito um trabalho razoável, tanto que outros países da América Latina usam material da Lava Jato para investigar seus ex-presidentes, presidentes, recentemente um deles cometeu suicídio, o que é lamentável. Acho que as pessoas têm que encarar a acusação e se defender, e não fugir de uma forma covarde de eventual erro", criticou.

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