Após aprovação do texto da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados na noite de ontem (23), o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) ressaltou diversas vezes que daqui para frente é necessário que o governo federal tenha uma participação ativa na negociação.
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Rodrigo Maia afirmou em entrevista à GloboNews que o governo “é um pouco desorganizado” e que “não pode se omitir em uma votação tão importante como essa”. Para Maia, hoje Jair Bolsonaro ainda não tem votos suficientes para aprovar a reforma ou qualquer outra matéria polêmica e por isso precisa se envolver na negociação.
“Nós organizamos de uma forma onde demonstramos hoje que há responsabilidade na reforma da Previdência . Foi um resultado importante, um resultado que mostrou uma afirmação da Câmara dos Deputados em relação a essa matéria", afirmou o presidente da Câmara. Ele também definiu a reforma como “uma responsabilidade coletiva”.
Maia fez um apelo: “A gente precisa que o governo tenha uma base. [...] Nós vivemos numa democracia e a decisão de hoje reafirma nossa democracia: a Câmara forte, a Câmara votando independente do governo. Mas chega uma hora que é fundamental o governo participar. [...] Só encaminhar o projeto não resolve o problema".
Depois de ser aprovada na CCJ com 48 votos a favor e 18 contra, a reforma da Previdência será analisada por uma comissão especial, a ser instalada na Câmara. O presidente e o relator desta nova comissão são escolhidos pelo próprio Rodrigo Maia. Sobre isso, ele informou que optará por parlamentares afinados com a casa e com o secretário especial da Previdência, Rogério Marinho, e o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Esta comissão pode ser instalada ainda esta semana, desde que os líderes partidários indiquem seus membros a tempo. Rodrigo Maia acredita que dar celeridade à tramitação pode ser “uma sinalização muito boa para o Brasil”, mas ponderou novamente que “para isso, a gente precisa do governo”.