Deputado Eduardo Cury (PSDB) é favorito para relatar a reforma da Previdência em Comissão especial
Agência Câmara
Deputado Eduardo Cury (PSDB) é favorito para relatar a reforma da Previdência em Comissão especial


O relator da reforma da Previdência na comissão especial deve ser do PSDB . O partido já tinha manifestado interesse no passado, mas a negociação tinha refluído devido aos problemas de articulação política do governo. O centrão, grupo que reúne partidos como PP e PR e tem ligação próxima com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vinha defendendo que a relatoria ficasse com o PSL do presidente Jair Bolsonaro, mas as conversas mudaram de rumo pelo entendimento de que nesse cenário seria mais difícil produzir um relatório com condições de aprovação.

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Os nomes dos deputados tucanos Eduardo Cury (SP) e Paulo Abi-Ackel (MG) são os mais citados no momento.  Ambos são filiados ao PSDB .

"Se for alguém do PSL a gente pode ter que derrotar a reforma inteira, então é melhor ser alguém com quem dê para negociar", diz um influente parlamentar do centrão.

O presidente da Câmara já afirmou em algumas oportunidades que pretende discutir o nome do relator com o ministro da Economia, Paulo Guedes . Os nomes dos tucanos são bem recebidos pela equipe econômica. Eduardo Cury tem um perfil técnico, que agrada a Guedes, enquanto Abi-Ackel é próximo do secretário especial de Previdência, Rogério Marinho, que é filiado ao PSDB.

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Apesar do pedido feito no passado para relatar a reforma ainda há divisão no PSDB sobre o tema. Enquanto os defensores da ideia enxergam que a função dará protagonismo à legenda e permite um reencontro do partido com alguns setores da sociedade outros deputados temem que o cargo termine por ampliar o desgaste político da sigla devido tanto à impopularidade da pauta em si, quanto pela dificuldade do governo na articulação política.

Lideranças do centrão passaram a defender que o cargo fique com um tucano porque apesar de o partido não fazer parte do grupo há pontos de contatos. O PSDB foi o primeiro partido a anunciar voto contra as mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos pobres, e é um dos signatários de um documento lançado pelas legendas no mês passado defendendo a retirada do texto de alterações na aposentadoria rural e do processo de desconstitucionalização, a retirada da Constituição de alguns itens da Previdência para facilitar mudanças futuras.

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O entendimento é que com o PSDB na relatoria a negociação já começaria avançada para a retirada de outros pontos, como as mudanças no abono salarial e a retirada do texto dos servidores estaduais e municipais. Confirmada a aprovação da admissibilidade na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nesta terça, a previsão é de que a comissão especial seja instalada na quinta (25), mas o início efetivo dos trabalhos pode demorar um pouco mais, uma vez que na próxima semana não deve haver trabalhos na Câmara devido ao feriado de 1º de maio.  

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