STF mandou bloquear rede social por comentário que teve quatro curtidas

Mensagem foi compartilhada pelo policial civil Osmar Rocha Fagundes, um dos alvos de uma ação da Polícia Federal na manhã desta terça-feira (16)

Ministro Alexandre de Moraes durante sessão do STF
Foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF - 29.3.17
Ministro Alexandre de Moraes durante sessão do STF


Um dos posts mencionados pelo Supremo Tribunal Federal ( STF ) para pedir o bloqueio das redes sociais de um usuário é um compartilhamento de um post e tem apenas quatro curtidas, quatro compartilhamentos e nenhum comentário. A publicação, que pede o fechamento da Corte, foi compartilhada pelo policial civil Osmar Rocha Fagundes , um dos alvos de uma ação da Policia Federal que investiga ofensas a ministros do STF. A autoria da publicação é da página Brasil Sem Comunismo. 

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No outro post de Fagundes mencionado pelo STF , o policial civil afirma que os ministros da Corte são "bolivarianos" e estão "alinhados com narcotraficantes e corruptos". O resultado em compartilhamentos é inferior ao primeiro, somente dois, mas o número de likes e comentários é melhor, sete e seis, respectivamente.

Desses comentários, escritos há um mês, quatro deles são da mesma pessoa. Os outros dois são de um homem que avisa ao autor do post que a publicação foi ameaçada pelo ministro Toffoli e de Fagundes, que se diz tranquilo e afirma "Povo tem que manifestar. Eis a liberdade de expressão". 

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17 publicações em três dias, algumas contra o STF

Fagundes é um usuário assíduo do Facebook. Só nos últimos três dias, ele fez 17 publicações. Desses posts, três eram críticas ao STF relacionadas a uma matéria da revista Crusoé que liga o presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, à empreiteira Odebrecht -a publicação da revista foi censurada por uma ordem do Supremo nesta segunda-feira.

As outras publicações, no entanto, não são sobre o Supremo. O policial civil também critica o Partido dos Trabalhadores, a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, além de casos de corrupção. Há ainda um vídeo defendendo os caminhoneiros e dois posts com piadas.

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Assim como nas publicações mencionadas pelo STF , as publicações mais recentes não têm um grande alcance de usuários. O número máximo de reações que Fagundes conseguiu em um das 17 últimas publicações foi quatro. Os comentários não ultrapassam sete e há, no máximo, apenas cinco compartilhamentos em uma postagem.