"Mourão sente cheiro do poder e pode dar rasteira em Bolsonaro", diz Feliciano
Vice-líder do governo voltou a fazer críticas ao vice-presidente e afirmou que ele sabe que pode assumir a qualquer momento: "Está explícito para todos"
Por iG São Paulo |
Na última quarta-feira, o pastor e deputado federal Marco Feliciano (PSC) atacou o vice-presidente Hamilton Mourão, chamando-o de "desleal" por fazer declarações que contradizem as do presidente. Nesta quinta, ele voltou à carga e disse que Mourão pode dar uma "rasteira" em Bolsonaro e fez um paralelo com o impeachment de Dilma Rousseff.
"Está explícito para todo mundo que ele tem fome de poder e a qualquer momento sabe que pode assumir. Ele está sentindo o cheiro do poder, o gosto do poder, e então começa a minar a autoridade presidencial", afirmou Feliciano , em entrevista à coluna de Guilherme Amado.
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Segundo o deputado, que é vice-líder do governo na Câmara, Mourão é um problema que pode dar uma rasteira em Bolsonaro e estaria seguindo os passos de Michel Temer, que "começou a pregar contra a presidente" e depois assumiu o posto: "Parece que vejo a história se repetir. Mudam os nomes, mas a coleira que os prende é a mesma".
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Feliciano x Mourão
Em sua conta do Twitter, Feliciano comentou a polêmica envolvendo um vídeo que exalta o golpe militar de 1964, divulgado pelo Planalto no último domingo. Após a polêmica, o vice-presidente afirmou que o vídeo havia sido enviado por decisão de Bolsonaro. Entretanto, ele voltou atrás e disse que o presidente não sabia da divulgação do conteúdo.
"Até quando, @GeneralMourao, abusarás da nossa paciência? Depois de culpar injustamente o presidente @jairbolsonaro pela divulgação de um vídeo, agora corrige o presidente em público com a questão do nazismo, mais uma vez minando a autoridade presidencial. Muita deslealdade!", escreveu o deputado.
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Questionado sobre a declaração de Bolsonaro após visitar o museu do Holocausto em Israel, em que disse que o nazismo "é de esquerda" , Mourão afirmou que "de esquerda, é o comunismo" e que ambos são "faces de uma moeda só, o totalitarismo".
Para Feliciano , o comportamento do vice-presidente é "desleal, indigno, desonroso e indecoroso". "Nunca vi vice falar tanto. Desde janeiro, contradiz o tempo todo seu superior. Sua conduta é desleal/indigna/desonrosa e indecorosa! Vice também sofre impeachment : é crime de responsabilidade proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo", atacou.