Deputado bolsonarista quer proibir a venda de videogames "violentos" no Brasil

Júnior Bozzella (PSL-SP) apresentou um Projeto de Lei que "Criminaliza o desenvolvimento de jogos eletrônicos com conteúdo que incite a violência"

Foto: Reprodução
Deputado Júnior Bozzella (PSL-SP) que proibir a venda de videogames violentos

O deputado federal Júnior Bozzella (PSL-SP), apresentou, no último dia 19, um Projeto de Lei que visa proibir os videogames considerados "violentos". O projeto, de acordo com o texto, "Criminaliza o desenvolvimento, a importação, a venda, a cessão, o empréstimo, a disponibilização ou o aluguel de aplicativos ou jogos eletrônicos com conteúdo que incite a violência".

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Desenvolvedores e distribuidores de videogames ou aplicativos violentos responderia pelo crime de incitar, publicamente, a prática de crime (Art. 286). A pena, ainda segundo o projeto, seria de detenção, de três a seis meses, ou multa. No entanto, a punição seria triplicada se o crime é praticado utilizando a internet ou meios de comunicação de massa.

Em sua justificativa, Júnior Bozzella argumenta que "a sociedade brasileira e internacional observa estarrecida os atos de violência massiva cometidos muitas vezes por jovens" e "ao menos em parte, essa banalização da vida e da violência pela população jovem é advinda pelo convívio constante com jogos eletrônicos violentos".

"Nesse tipo de “diversão”, os adolescentes e as crianças são incitados a atividades que não condizem com seu perfil, conduzindo a formação de cidadãos perturbados e violentos. Até mesmo para adultos, existem outras atividades de lazer que podem trazer benefícios e não somente malefícios, como os citados jogos", explica o parlamentar.

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"A presente proposta visa a proibição da comercialização ou disponibilização desse tipo de jogo ou aplicação em nosso país, de modo a diminuir a chance de ocorrência de tragédias como a que observamos recentemente na cidade de Suzano. É preciso ao menos dificultar que a nossa sociedade, em especial nossos jovens, entrem num clima de selvageria que leve a atos tão desastrosos", conclui.

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Em entrevista recente à revista Veja , Bozzela disse que está disposto a dialogar com a comunidade dos entusiastas dos jogos eletrônicos. “Eu respeito a comunidade gamer e estou aberto ao debate, quando quiserem, o problema é que as pessoas sequer querem debater”, disse.

Após o atentado em Suzano, o vice-presidente Hamilton Mourão fez uma crítica aos jogos considerados violentos. “Hoje a gente vê essa garotada viciada em videogames violentos. Só isso que fazem. Quando eu era criança e adolescente, jogava bola, soltava pipa, jogava bola de gude, hoje não vemos mais essas coisas. É isso que temos que estar preocupados”, disse Mourão.

Quem também já falou mal dos videogames foi o hoje presidente Jair Bolsonaro. Em uma entrevista à TV Gazeta em 2013, disse que os jogos "eram um crime" e que o governo deveria "coibir ao máximo".