O presidente Jair Bolsonaro participou, na manhã desta sexta-feira (29) de uma solenidade no comando Militar do Planalto, em Brasília, que celebrou o golpe militar de 1964. Antes do início do evento, por determinação do próprio presidente, foi feita a leitura da Ordem do Dia que faz referência ao dia 31 de março, que marca o aniversário do início da ditadura no Brasil.
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O mestre de cerimônias disse, durante o discurso de abertura que o evento era uma "comemoração do 55º ano do movimento cívico-militar de 31 de março de 1964". O texto da Ordem do Dia também trazia treches de exaltação aos militares.
"As Forças Armadas participam da história da nossa gente, sempre alinhadas com as suas legítimas aspirações. O 31 de março de 1964 foi um episódio simbólico dessa identificação", diz uma parte do documento.
"As famílias no Brasil estavam alarmadas e colocaram-se em marcha. Diante de um cenário de graves convulsões, foi interrompida a escalada em direção ao totalitarismo. As Forças Armadas, atendendo ao clamor da ampla maioria da população e da imprensa brasileira, assumiram o papel de estabilização daquele processo", diz outro trecho. O evento ainda contou com um desfile das tropas.
No meio da semana, ao ser criticado por exaltar o golpe militar, Bolsonaro minimizou e disse que o evento seria para "rememorar" a data. "Não foi comemorar, foi rememorar, rever o que está errado, o que está certo e usar isso para o bem do Brasil no futuro", afirmou Bolsonaro.
Um dia antes, em entrevista à TV Bandeirantes , Jair Bolsonaro negou que o Brasil tenha vivido um período de ditadura entre os períodos de 1964 e 1985 e que o que chamou de “revolução” livrou o País de uma grande ameaça do regime comunista.
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O coro foi engrossado por membros importantes da base governista. O ministro das relações exteriores, Ernesto Araújo, disse não acreditar que houve um golpe no País. Já a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann, debochou: "Choro é livre e, graças aos militares, o Brasil também", escreveu a parlamentar.
Na última segunda-feira (25), o presidente determinou, que as Forças Armadas fizessem "comemorações devidas" no aniversário do golpe .