O presidente Jair Bolsonaro foi às redes sociais na noite desta quarta-feira (27) para negar a informação de que teria decidido demitir o ministro da Educação Ricardo Vélez Rodríguez por conta da crise interna dentro da pasta. O capitão reformado ainda fez questão de atacar a mídia por supostamente espalhar notícias falsas sobre o governo.
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"Sofro fake news diárias como esse caso da "demissão" do Ministro Velez", escreveu Bolsonaro
, que ainda afirmou que veículos de imprensa "criam narrativas" com a intenção de desgastar o governo. A informação de que o presidente havia optado pela exoneração de Vélez veio da jornalista e comentarista política Eliane Cantanhêde, da GloboNews
.
Sofro fake news diárias como esse caso da "demissão" do Ministro Velez. A mídia cria narrativas de que NÃO GOVERNO, SOU ATRAPALHADO, etc. Você sabe quem quer nos desgastar para se criar uma ação definitiva contra meu mandato no futuro. Nosso compromisso é com você, com o Brasil. pic.twitter.com/tQMgZtr7YS
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 28 de março de 2019
Quem também foi às redes sociais para atacar os jornalistas foi o próprio Vélez . Após replicar a postagem de Bolsonaro no Twitter, o ministro fez uma acusação grave contra a classe. "O jornalismo brasileiro se põe raivoso por estar, pela primeira vez, sem poder barganhar às custas de trocas de favores. Meu compromisso é com os brasileiros e seus representantes. Os veículos que busquem outras fontes de financiamento", escreveu.
Nesta semana, Vélez protagonizou mais um capítulo da crise interna no Ministério da Educação . Ele demitiu o presidente do Inep, Marcus Vinicius Rodrigues, por adiar avaliação sobre alfabetização de alunos do ensino básico em dois anos sem consultar outros membros da pasta. Após a exoneração, Rodrigues chamou o ministro de "incompetente" e opinou que o colombiano não tem "controle emocional" para dirigir a pasta.
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O ministro, por sua vez, atacou Rodrigues para justificar a demissão. "A última demissão no MEC [ocorreu], porque o diretor-presidente do Inep puxou o tapete. Ele mudou de forma abrupta o entendimento que já tinha sido feito para a preservação da Base Nacional Curricular e fazer as avaliações de comum acordo com as secretarias de educação estaduais e municipais", disse Vélez .
Essa não foi a primeira exoneração polêmica no MEC. O cargo de secretário-executivo da pasta, ou seja, o "número dois" do ministério, é um dos mais emblemáticos. Membro do Centro Paula Souza, Luís Antônio Tozi assumiu o cargo logo no início do governo. Após críticas de Olavo de Carvalho, guru ideológico do presidente Jair Bolsonaro, Tozi foi demitido junto com outros atacados pelo filósofo. No mesmo dia, alunos de Olavo que ocupavam cargos na pasta também pediram exoneração.
Colega de Tozi no Paula Souza, Rubens Barreto da Silva foi anunciado para a posição, mas Vélez voltou atrás e desistiu da nomeação de Barreto, que também era um dos criticados por Olavo de Carvalho. Dias depois, o ministro indicou Iolene Lima, favorita da ala evangélica, para o cargo. Oito dias depois, no entanto, a própria Iolene foi às redes sociais para dizer que foi demitida logo depois de assumir o cargo.
Ricardo Vélez Rodríguez assumiu o MEC por indicação de Olavo de Carvalho. O filósofo, que é um dos homens de confiança do presidente Jair Bolsonaro , também emplacou a indicação de Ernesto Araújo para o Ministério das Relações Exteriores. Curiosamente, são os dois ministros indicados por Olavo estão recebendo mais críticas, tanto da oposição, como da base do governo.