Após esforço de 60 horas na Assembleia de SP, PSDB barra CPI sobre Paulo Preto

Assessores parlamentares protocolaram uma série de pedidos de CPIs e, de acordo com as regras, as comissões serão instauradas em ordem de registro, cinco de cada vez; a CPI da Dersa só foi registrada hoje pelo PT, em 12º lugar

Delatores acusam ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, de ter cobrado propina no Rodoanel
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado - 29.8.12
Delatores acusam ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, de ter cobrado propina no Rodoanel

Uma força-tarefa, composta por assessores parlamentares do PSDB, se revesou, em mais de 60 horas, na fila da Assembleia Legislativa de São Paulo para protocolar pedidos de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), entre a noite da última sexta-feira (15) e a manhã desta segunda-feira (18). O esforço foi uma estratégia tucana para barrar uma CPI sobre a Dersa, numa defesa do ex-diretor da estatal paulista Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto.

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Foram mais de 60 horas em fila, desde a noite de sexta até as 8h30 de hoje, quando a Casa abriu o protocolo. Apesar do revesamento, houve quem se alimentasse no corredor da Assembleia, que acumulou não só garrafas de água, como uma embalagem de pizza e copos plásticos. Mas o PSDB conseguiu: a CPI sobre Paulo Preto acabou sendo barrada. 

A investigação sobre a Dersa mira os escândalos de corrupção protagonizados pelo ex-diretor da estatal, que é suspeito de atuar como operador financeiro do PSDB paulista. Ele que, ainda neste mês, foi  condenado pela Lava Jato a 145 anos  e oito meses de prisão por peculato (desvio de dinheiro público), formação de quadrilha e inserção de dados falsos em sistema público nas obras do Rodoanel Sul, em São Paulo. 

Na última sexta, quando os deputados eleitos em 2018 tomaram posse, o PSL e o PT conseguiram, cada um deles, todas as 32 assinaturas suficientes para protocolar a CPI da Dersa . Porém, o PSDB fez uma manobra e, com o apoio do regimento da Assembleia, conseguiu barrar a abertura da investigação. 

Acontece que, de acordo com as regras da Assembleia, as CPIs protocoladas serão instauradas na ordem em que forem registradas na Casa. Além disso, somente cinco delas podem funcionar ao mesmo tempo e há ainda um prazo de 120 dias para que as investigações comecem – período que só pode ser prorrogado uma vez, por 60 dias, somando um período máximo de seis meses de duração.

Com a força-tarefa dos assessores do PSDB , foram protocoladas 11 CPIs na manhã desta segunda. As comissões foram registradas em nome de diversos deputados da base do governo João Doria (PSDB). Segundo lugar na fila do protocolo, o PT conseguiu registrar a CPI da Dersa hoje também, mas em 12º lugar. 

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Agora, a Casa tem que conferir as assinaturas de todas as CPIs protocoladas e verificar se elas cumprem os requisitos para serem levadas adiante. Se for o caso e os pedidos protocolados pelos assessores parlamentares tucanos foram aceitas, a CPI sobre Paulo Preto vai ficar para depois – isso se o seu prazo não vencer.