O advogado Modesto Carvalhosa protocolou no Senado nesta quinta-feira (13) um pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. "Está claro que a sociedade, por unanimidade, não admite a presença dessa figura no Supremo. Ele é o inimigo público número um do Brasil. Mancha profundamente as instituições brasileiras", justificou Carvalhosa ao UOL.
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O documento de 150 páginas e 800 páginas de anexos foi entregue à Mesa Diretora do Senado, responsável por coordenar os trabalhos da Casa. O pedido de impeachment é subscrito também pelo advogado Luís Carlos Crema e pelo desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo Laércio Laurelli.
O pedido seria protocolado na semana passada, mas Carvalhosa relatou que a entrega foi adiada para que ‘novos fatos’ fossem acrescentados. O advogado se refere a informações da Operação Lava Jato que apontam que o ministro de Relações Exteriores do governo Temer Aloysio Nunes Ferreira ‘atuou junto’ a Gilmar por ‘interesse próprio’ e do ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto.
Carvalhosa defende que há 32 casos em que Gilmar Mendes quebrou a responsabilidade e faltou com decoro, e que podem ser entendidos como crime de responsabilidade."Há casos notórios de suspeição que Gilmar deveria ter se afastado do processo, como os que envolvem o escritório que a mulher é sócia", disse.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) será o primeiro a analisar o pedido de Modesto Carvalhosa . Ele vai decidir se acata ou descarta a solicitação, mas não tem prazo para isso. Senadores tanto da base quanto da oposição já demonstraram querer que Davi aceite o pedido e abra uma comissão especial para analisar se o documento será ou não levado ao plenário.
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Quando o professor Modesto Carvalhosa informou que entraria com um pedido de impeachment , na última semana, o ministro Gilmar Mendes declarou que não iria comentar.