O filósofo e ensaísta Olavo de Carvalho, tido como guru intelectual do governo de Jair Bolsonaro (PSL), recomendou que seus alunos abandonem os cargos que ocupam na gestão do novo presidente. Segundo Olavo, o conselho alcança "umas poucas dezenas" de integrantes do governo.
Leia também: Vamos ensinar meninos a levar flores e a abrir porta para mulheres, diz Damares
"Jamais gostei da ideia de meus alunos ocuparem cargos no governo, mas, como eles se entusiasmaram com a ascensão do Bolsonaro e imaginaram que em determinados postos poderiam fazer algo de bom pelo país, achei cruel destruir essa ilusão num primeiro momento", escreveu Olavo de Carvalho em rede social. "Mas agora já não posso me calar mais. Todos os meus alunos que ocupam cargos no governo – umas poucas dezenas, creio eu – deveriam, no meu entender, abandoná-los o mais cedo possível e voltar à sua vida de estudos."
Olavo justificou o conselho alegando que o governo Bolsonaro "está repleto de inimigos do presidente e inimigos do povo", acrescentando que "andar em companhia desses pústulas só é bom para quem seja como eles".
As mensagens foram publicadas na noite dessa quinta-feira (8) pelo filósofo, que mora nos Estados Unidos e foi o principal fianciador, por exemplo, das nomeações dos ministros Ricardo Vélez Rodríguez (Educação) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores).
Já nesta sexta-feira (8), o guru do governo voltou à internet para criticar postura de militares que integram a equipe de Bolsonaro e também a atuação da imprensa.
"Cada politico, em Brasília, está longe do povo e perto da mídia. Logo ele entende a quem deve obedecer", escreveu o filósofo, apontando ainda para o suposto encantamento de "gostosas repórteres". "Imaginem então o general, que, emergindo da tediosa e austera secura da vida militar, se vê de repente cercado de luzes, câmeras e gostosas repórteres. Cai de joelhos", disse.
"Será que todos votamos no Bolsonaro para ter um governo tucano? Quantos ministros do atual governo pensam que sim? E não são todos eles uns traidores filhos da puta dignos de ser jogados na privada?", completou.
Leia também: Feliciano critica ministros e diz que comunicação do governo está "péssima"
Ao se referir à imprensa, Olavo sugeriu que não são "normais e legítimas" as atividades desempenhadas por veículos como a Folha de S.Paulo (chamada por ele de "Foia), a TV Globo ("Grobo") e o site O Antagonista ("Anta").
"Existe fraude mais porca do que jornais sem leitores falarem no tom de quem fosse lido pela nação inteira? Para continuarmos aceitando como normais e legítimas as atividades de órgãos como a Foia, o Grobo, o Anta e similares, teremos de renunciar totalmente à nossa consciência, à nossa capacidade cognitiva, à confiança nos nossos sentidos e na nossa memória. A autoridade dessas porcarias baseia-se inteiramente na nossa autodestruição psíquica", finalizou Olavo de Carvalho .