Gilmar Mendes pede informações para decidir sobre soltura de Paulo Preto

Prisão do ex-diretor da Dersa no âmbito da Lava Jato em Curitiba caiu nas mão do ministro após uma reclamação do suposto operador do PSDB

Delatores acusam ex-diretor da Dersa Paulo Preto de ter cobrado propina por contrato do Rodoanel
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado - 29.8.12
Delatores acusam ex-diretor da Dersa Paulo Preto de ter cobrado propina por contrato do Rodoanel

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes pediu nesta quinta-feira (28) informações à Justiça Federal em Curitiba sobre a prisão do ex-diretor da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto.

No início da semana, Paulo Preto enviou ao STF uma reclamação – instrumento jurídico que visa preservar a competência da Corte mais alta do País e garantir a autoridade de suas decisões – ao ministro Gilmar Mendes sobre sua prisão, ocorrida na semana passada, durante a 60ª fase da Operação Lava Jato.

O ministro solicitou as informações para embasar a decisão que deverá tomar no pedido feito pela defesa do ex-diretor da Dersa ao STF. Após receber a manifestação da 13ª Vara Federal em Curitiba, que foi responsável pela prisão, o ministro decidirá a questão. O prazo para o envio das informações é de cinco dias. 

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No 60º desdobramento, as investigações da força-tarefa da Lava Jato no Paraná revelaram a participação do ex-diretor da Dersa como operador financeiro em um esquema de lavagem de dinheiro em favor da empreiteira Odebrecht.

As duas vezes anteriores em que o ex-diretor da Dersa foi preso tiveram relação com ação penal que investiga crime de peculato (desvio de dinheiro público) envolvendo obras do Rodoanel durante o governo de José Serra (PSDB) em São Paulo.

A primeira prisão foi justificada por suposta ameaça do ex-diretor da Dersa a uma colaboradora. A segunda se deu porque Paulo teria patrocinado advogados para as testemunhas do processo. As duas ordens de prisão foram revertidas por Gilmar.

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Para levar o caso do suposto operador do PSDB a Curitiba, os procuradores da Lava Jato mencionaram elo entre sua atividade e o pagamento de propina a diretores e gerentes da Petrobras. Segundo as investigações, Paulo Preto ajudou o setor de Operações Estruturadas da Odebrecht (o chamado 'setor de propinas') a realizar os pagamentos aos agentes públicos.