Bolsonaro envia Mourão à Colômbia para defender maior isolamento a Maduro

Vice-presidente e o ministro Ernesto Araújo desembarcam hoje em Bogotá, onde será realizada reunião do Grupo de Lima para discutir Venezuela

Bolsonaro enviou Mourão para representá-lo em reunião do Grupo de Lima, em Bogotá
Foto: Alan Santos/PR - 7.1.19
Bolsonaro enviou Mourão para representá-lo em reunião do Grupo de Lima, em Bogotá

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) enviou seu vice, general Hamilton Mourão (PRTB), e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, para representá-lo em reunião do Grupo de Lima marcada para esta segunda-feira (25), na Colômbia. Mourão e Araújo embarcaram por volta das 14h30 desta tarde, em Brasília, e chegaram no início da noite em Bogotá, onde será realizada a cúpula para discutir a situação da Venezuela. 

De acordo com reportagem da TV Globo , Bolsonaro e Mourão falaram ao telefone na noite desse sábado (23), tido como  Dia D para definição sobre a chegada de ajuda humanitária à Venezuela. O presidente e seu vice alinharam o discurso a ser defendido perante os demais líderes das Américas. A proposta brasileira deve ser a de incentivar a intensificação do isolamento de Nicolás Maduro mediante novos rompimentos de relações com a Venezuela.

O Grupo de Lima reúne 13 países, dentre eles Brasil, Colômbia e Guiana, que são justamente as três nações que fazem fronteira com a Venezuela. Atualmente, por ordem de Maduro , apenas a fronteira terrestre do país com a Guiana está aberta.

Completam o grupo, criado em 2017 para discutir o "restabelecimento da democracia na Venezuela", a Argentina, o Peru, o Chile, o Paraguai, a Costa Rica, a Guatemala, Honduras, o Panamá, o Canadá e o México.

Além dos representantes desses países, também estará em Bogotá o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence. Há expectativa de que Mourão e o vice de Donald Trump tenham encontro nesse início de semana.


A crise na Venezuela se intensificou nos últimos dias devido ao envio da  ajuda humanitária (com alimentos e remédios) oferecida por nações que reconhecem o autodeclarado presidente interino venezuelano, Juan Guaidó. Maduro ordenou que as tropas leais ao seu governo fechassem as fronteiras terrestres para impedir que os caminhões com os insumos cheguem à Venezuela.

Nicolás Maduro alega que a comida oferecida pela cooperação internacional (que envolve países como EUA, Brasil e Chile) é "podre" e representa  estratégia do americano Donald Trump para realizar invasão militar à Venezuela.

O fechamento das fronteiras venezuelanas é realizado por tropas de militares, que chegaram a colocar barris, cercas e contêineres para impedir a passagem de veículos em pontes que ligam o território do país à Colômbia. Houve  protestos violentos ao longo desse fim de semana tanto na fronteira colombiana quanto na fronteira brasileira.

Juan Guaidó tem feito apelo para que os militares leais ao regime chavista autorizem a passagem dos caminhões com ajuda humanitária.  Guaidó prometeu imunizar aqueles que desertarem das forças de Maduro.

Nesse sábado (23), completou um mês desde que ele se declarou presidente encarregado – anúncio reconhecido pela maioria dos integrantes do Grupo de Lima, inclusive o governo brasileiro de Jair Bolsonaro . A constituição venezuelana prevê que, em caso de haver um presidente interino, ele deve convocar novas eleições no prazo de 30 dias. Guaidó, no entanto, não cumpriu com o rito até o momento.