Onyx descarta demissão do ministro do Turismo, mas diz que governo "observa"

Ministro da Casa Civil diz que Planalto acompanha a denúncia que acusa o colega de utilizar candidaturas laranjas em Minas, mas nega a possibilidade de Marcelo Álvaro Antônio ser demitido; Bebianno caiu em caso semelhante

Onyx Lorenzoni afirmou que o governo não pretende, por hora, exonerar o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio
Foto: Marcos Corrêa/PR
Onyx Lorenzoni afirmou que o governo não pretende, por hora, exonerar o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio

O ministro do Casa Civil, Onyx Lorenzoni, descartou, por hora, a demissão do titular da pasta do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, acusado de participar de um esquema de candidatos laranjas para desviar verbas de campanha em Minas Gerais. Envolvido em caso semelhante, o ex- secretário-geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno, perdeu o cargo nessa semana após desentendimento com vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro e, posteriormente, com o presidente Jair Bolsonaro.

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Segundo Onyx , o Planalto "observa" a situação. “A questão de Minas Gerais está sendo apurada. O governo observa. É preciso dar tempo que esclarecimentos apareçam e se tiver alguma coisa o presidente vai tomar uma decisão”, disse o ministro, em entrevista à Rádio Gaúcha . Ele também afastou a possibilidade de exoneração: "Não existe nada nesse sentido."

Escolhido como ministro do Turismo por Jair Bolsonaro , Marcelo Álvaro Antônio foi eleito deputado federal, sendo o mais votado em Minas Gerais. Segundo denúncias da Folha , o parlamentar foi beneficiado por candidatas laranjas do PSL, que repassavam o dinheiro do fundo eleitoral para a campanha do agora ministro.

A professora aposentada Cleuzenir Barbosa disse ao jornal que o hoje ministro sabia do esquema de candidaturas laranjas do PSL em Minas Gerais. Ela foi uma das candidatas da sigla no estado.

“Era o seguinte: nós mulheres iríamos lavar o dinheiro para eles. Esse era o esquema. O dinheiro viria para mim e retornaria para eles”, disse. Ela ainda acusou assessores do ministro de ameaça.

"Me mudei [para o exterior] exclusivamente por causa dessa situação. Peço para as mulheres que denunciem. Não fiquem caladas, se exponham, sim. Eu vou entrar com pedido de proteção à vítima. Esse povo é perigoso. Hoje eu sei, eles são uma quadrilha de bandidos."

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Uma outra reportagem da Folha de São Paulo  revelou que o ministro  teria repassado verbas de campanha a quatro possíveis candidatas laranjas de Minas Gerais. Os repasses também teriam sido autorizados pelo ex-presidente do PSL Gustavo Bebianno, que acabou sendo exonerado do cargo de secretário-geral da Presidência por Jair Bolsonaro. 

Marcelo Álvaro Antônio negou as acusações. “A denunciante foi chamada a prestar esclarecimentos em diversas ocasiões e nunca apresentou provas ou indícios que atestassem a veracidade das acusações”, disse o ministro. Ainda de acordo com o político, Cleuzenir foi "aposentada por sentença judicial que reconheceu distúrbios psiquiátricos incapacitantes total e permanentes."

Antes de assumir o Planalto, Jair Bolsonaro afirmou que ministros réus seriam sumariamente exonerados. Se a promessa do presidente se cumprir, Onyx Lorenzoni é um dos ameaçados, já que ele é investigado pela prática de caixa 2.