O ex-deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) foi considerado inocente pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro em processo por calúnia e difamação contra Jair Bolsonaro. O presidente, que na época era colega de Câmara de Wyllys, queria que o então parlamentar pagasse indenização por uma entrevista ao jornal O Povo , de Fortaleza.
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Na entrevista publicada em agosto de 2017, Jean Wyllys usa os termos “fascista”, “racista”, “canalha”, “corrupto”, “nepotista”, “boquirroto”, “burro”, “desonesto” e “desqualificado” para suposta referência a Jair Bolsonaro.
O atual presidente fez uma queixa-crime em fevereiro de 2018 afirmando que Wyllys não tinha imunidade parlamentar quando falou com o jornalista. Na entrevista, em nenhum momento o nome de Jair Bolsonaro é citado, mas, segundo a acusação, termos que se referem a ele foram usados.
Na sentença, a juíza Marcia Correia Hollanda entendeu que não houve calúnia nas declarações. Bolsonaro pedia uma reparação de R$ 20 mil por danos morais.
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O mesmo processo já tinha sido arquivado no Supremo Tribunal Federal pelo ministro Celso de Mello, que alegou “extinção de punibilidade” no final do ano passado. Assim, sobrava a Bolsonaro apenas a ação no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
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Não foi a primeira vez que o capitão reformado e o político do PSOL trocaram acusações . Desde que Wyllys foi eleito deputado pela primeira vez, no mandato que começou em 2011, os dois se tornaram defensores de causas opostas. Homossexual, o ex-BBB luta por direitos dos LGBTs e dos Direitos Humanos, grupos que já foram criticados pro Bolsonaro.
Na votação pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff, o pessolista cuspiu na direção do deputado do PSL logo após o seu voto. Em sua defesa, Jean Wyllys afirmou que tinha sido xingado, difamado e provocado pelo adversário e seus apoiadores na Câmara.