O vice-presidente da República, o general Hamilton Mourão, comentou mais uma vez neste domingo (17) a crise envolvendo o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, e o vereador Carlos Bolsonaro, um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro. Para o general, se o presidente quisesse que o filho Carlos atuasse no Palácio do Planalto, teria o nomeado para um cargo no governo.
O episódio envolvendo Carlos Bolsonaro desgastou a relação de Bebianno com o presidente e deve lhe custar o cargo. "Eu acho que se o presidente quisesse o Carlos no Palácio do Planalto, ele teria nomeado ele lá", afirmou Mourão ao Blog da Andréia Sadi, do G1 .
O vice também voltou a afirmar que Jair Bolsonaro vai saber resolver a questão da influência dos filhos no governo. Além de Carlos, Jair tem outros dois filhos na política: o deputado federal, Eduardo Bolsonaro e o senador Flávio Bolsonaro. "Acho que o presidente está dando um tempo para organizar isso aí", disse Mourão.
Nos últimos dias, a crise envolvendo Bebianno e o filho do presidente, pressiona o presidente a exonerar o ministro. Segundo confirmação do jornal O Estado de S. Paulo , Bolsonaro assinou a demissão, no sábado (16), que deve ser publicada no Diário Oficial da União (DOU) já nesta segunda-feira (18).
A decisão do presidente de exonerar o ministro foi tomada após um encontro tenso com Bebianno no fim da tarde desta sexta-feira (15) no Palácio do Planalto, em Brasília. O ministro tentava um encontro com o Bolsonaro desde quarta-feira (13), mas havia sido colocado "na geladeira" pelo presidente.
O ex-presidente do PSL é acusado de participar de um suposto esquema de candidatos laranjas do partido, quando ainda era presidente. Bebianno tentou afastar os boatos de que estava mal visto pelo presidente afirmando que ambos conversavam com frequência. "Só hoje falei com o presidente três vezes", disse Bebianno, na última terça-feira (12).
No entanto, na quarta-feira (13), o filho de Jair Bolsonaro e vereador do Rio de Janeiro , Carlos Bolsonaro , divulgou um áudio do pai afirmando que era uma "mentira absoluta" que ele teria conversado com Bebianno. A publicação foi repostada pelo presidente. Desde então, há pressão no Palácio do Planalto pela demissão de Gustavo Bebianno.