Filho do presidente "gera uma crise desnecessária" dentro do governo, diz Joice
Para deputada federal, as recentes declarações de Carlos Bolsonaro sobre o ministro Gustavo Bebianno "é uma coisa de louco, é inimaginável"
A deputada federal Joice Hasselmann (PSL) afirmou nesta quarta-feira (13) que as recentes declarações do vereador Carlos Bolsonaro (PSL), filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), sobre o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, “gera uma crise desnecessária” dentro do governo.
Nesta quarta-feira (13), Carlos Bolsonaro desmentiu uma fala de Bebbiano, que havia afirmado ter se encontrado três vezes com o presidente após rumores de uma nova crise no governo desencadeada por suspeitas de possíveis "laranjas" nas eleições de 2018 dentro do PSL.
Segundo o filho de Bolsonaro, ele esteve o dia inteiro com o pai no Hospital Albert Einstein, onde estava internado até a tarde de hoje , em São Paulo e não o viu conversando com o ministro.
"É uma coisa de louco, é inimaginável uma coisa dessa. Tem que ter separação. Casa do presidente é uma coisa, palácio é outra coisa. O Palácio [do Planalto] não pode invadir a casa do presidente. Não pode ter puxadinho", disse Joice sobre a polêmica. "Se há um problema entre o ministro e o presidente, tem que lavar a roupa suja em casa", completou a deputada.
Ainda nesta quarta-feira (13), o filho de Bolsonaro divulgou um áudio onde o pai se recusa a conversar com Bebbiano. "Gustavo, tá complicado eu conversar ainda. Não vou falar com ninguém a não ser que o estritamente essencial", disse o presidente.
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Um dos temas da suposta conversa de Bebianno com Jair Bolsonaro teria sido o cancelamento de sua viagem ao oeste do Pará, programada para esta quarta. O motivo do cancelamento teria sido a previsão de alta hospitalar de Jair. Segundo Bebianno, a agenda foi suspensa a pedido de Bolsonaro, que desejava reencontrar seus ministros assim que voltasse para Brasília.
Além de Bebianno , também cancelaram suas respectivas viagens o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e a ministra Damares Alves, da pasta Família, Mulher e Direitos Humanos.
O nome do ministro da Secretaria-Geral estaria protagonizando uma crise depois que o jornal Folha de S.Paulo publicou, no fim de semana, uma matéria a respeito da candidata a deputada federal do PSL Maria de Lourdes Paixão, que teria recebido R$ 400 mil do partido para fazer campanha, mas não conquistou mais de 300 votos.
A candidata é apontada como possível laranja do partido , já que recebeu uma das maiores quantias despendidas pelo PSL durante as eleições. Na época, o ministro Gustavo Bebianno era presidente da legenda, já que ele comandou o partido entre janeiro e outubro de 2018. Hoje, a Polícia Federal intimou a candidata a prestar depoimento.
Não é de hoje que o ministro é visto como um desafeto do vereador Carlos Bolsonaro . Afinal, o parlamentar carioca seria o responsável por advogar junto ao pai para que Bebianno tenha menos poder no governo federal, apesar de ocupar o cargo de confiança que ocupa.