O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), avalia que o governo Jair Bolsonaro (PSL) ainda não tem os 308 votos necessários para aprovar a proposta de emenda à Constituição da reforma da Previdência. O pacote de alterações nas regras para a aposentadoria é tido como prioridade pela equipe econômica do novo governo, chefiada pelo ministro Paulo Guedes.
"A nova forma de Bolsonaro trabalhar pode não gerar 308 votos no curto prazo", disse Rodrigo Maia
, conforme reportou o jornal O Estado de São Paulo
. A declaração foi dada logo após o democrata ser reeleito, com 334 votos e ainda em primeiro turno
, para presidir a Câmara por mais dois anos.
Tido pelo governo Bolsonaro como um aliado na tarefa de levar adiante a agenda de reformas, Maia se opôs à ideia de acelerar o rito de votação do novo projeto. O Planalto já anunciou que pretende apresentar o projeto em duas etapas , sendo que a primeira aproveitaria a base do texto do governo Michel Temer (MDB), que já está pronto para votação na Câmara.
O deputado assegurou que a nova redação vai seguir o processo legislativo regimental e se disse contrário ao apensamento do novo texto à proposta encaminhada pela gestão Temer.
“Vai apensar PECs em momentos distintos, em situações distintas. Me parece uma supressão do direito parlamentar. Não vou suprimir nada de tramitação que não tenham uma base regimental muito forte para fazer”, enfatizou.
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Ele também reafirmou o compromisso assumido na eleição com todos os partidos de garantia do diálogo. “Vou ter que garantir o debate, o diálogo com a oposição também”, completou o democrata, a despeito da posição de Bolsonaro em privar o Partido dos Trabalhadores (PT) – maior bancada da Câmara – das negociações.
Maia reforçou diversas vezes ao longo da sessão dessa sexta-feira (1ª) a necessidade de dialogar com diversos setores para conseguir aprovar a reforma da Previdência . Segundo Maia, apenas um texto "pactuado" com governadores e partidos políticos terá viabilidade para ser aprovado pela Câmara.
De acordo com avaliação de Rodrigo Maia , a Previdência não é um problema só do governo Bolsonaro, mas dos estados e das prefeituras também e, por essa razão, a construção do texto deve ser coletiva. “Precisamos construir as pontes entre os partidos políticos representados aqui com os governadores para que a gente possa avançar na pauta econômica”, afirmou o presidente da Câmara.
*Com reportagem da Agência Câmara Notícias