Propina da JBS ao MDB foi discutida na casa de Renan Calheiros, revela delator

Em depoimento à PF em dezembro, Sérgio Machado afirmou que Grupo JBS pagou R$ 40 milhões para que o MDB apoiasse a campanha de Dilma à reeleição nas eleições de 2014 e senadores discutiram o destino do valor

Sérgio Machado disse que senadores discutiram propina da JBS na casa de Renan Calheiros
Foto: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
Sérgio Machado disse que senadores discutiram propina da JBS na casa de Renan Calheiros


O ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, revelou que o Grupo JBS pagou propina de R$ 40 milhões para que o MDB apoiasse a reeleição de Dilma Rousseff nas eleições de 2014. A discussão sobre o destino do valor aconteceu em uma reunião entre senadores do partido na residência oficial de Renan Calheiros, em Brasília.

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Sérgio Machado prestou depoimento à Polícia Federal do Ceará em dezembro do ano passado, mas o conteúdo só foi disponibilizado nesta terça-feira (22). Segundo o delator, senadores filiados ao MDB se reuniram na casa de Renan Calheiros e o informaram sobre a propina.

“Várias foram as reuniões ocorridas em Brasília durante seguidas semanas; o que se falava nas reuniões era que sem o apoio de uma maioria do PMDB, o PT teria perdido apoio do partido, e a coligação da candidata Dilma não teria sido referendada”, disse o ex-presidente da Transpetro.

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A JBS teria pago os R$ 40 milhões após o partido ameaçar abandonar a chapa com Dilma Rousseff para apoiar Aécio Neves (PSDB),  também senador e que, na época, tinha boa relação com os emedebistas.

As declarações de Machado revelam que se beneficiaram com a propina, além de Renan, os senadores Eduardo Braga (MDB-AM), Jader Barbalho (MDB-PA), Eunício Oliveira (MDB-CE) e Valdir Raupp (MDB-RO).

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Com delação premiada assinada em 2016, Sérgio Machado é acusado de envolvimento com corrupção na Petrobras no período em que presidiu a Transpetro. Uma conversa sua com o senador Romero Jucá, revelada em 2016, causou o primeiro abalo no governo Temer. Nela, ele dizia que era preciso tirar Dilma do poder e colocar Michel, “para estancar a sangria”.

A revelação do depoimento de Machado aparece em um momento decisivo para Renan Calheiros . Ainda que o senador de Alagoas negue, tudo indica que ele deva ser candidato à presidência do Senado para a próxima legislatura.