O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), disse que conversou com o presidente Jair Bolsonaro e que ele deverá encaminhar ao Congresso um projeto de lei que vai tratar traficantes como terroristas e autoriza que eles possam ser abatidos pela polícia se estiverem portando armas de grosso calibre, uma das principais propostas de campanha do governador. As informações são do jornal O Globo .
"Eu espero que o Congresso Nacional aprove uma lei antiterrorismo que enquadre os traficantes como terroristas para que eles possam ser abatidos de fuzil e a gente possa, de vez, encerrar essa polêmica. Já falei [com Bolsonaro) e estamos trabalhando nisso. Ele deve encaminhar para o Congresso, e nós vamos apoiar", afirmou Witzel
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O governador disse ainda que sua gestão vai focar em investigar lavagem de dinheiro e homicídios, o que, segundo ele, a Intervenção Federal não teve tempo de fazer. "A intervenção não teve tempo de fazer essa investigação, mas nós vamos fazer. Vamos focar no trabalho investigativo da lavagem de dinheiro e também na questão dos homicídios. Vamos retirar o poder do tráfico de drogas", afirmou.
Durante a cerimônia na Assembleia Legislativa do Rio, Witzel disse que traficantes são "narcoterroristas" e serão tratados assim, tirando aplausos da plateia. Depois do evento, ele também anunciou que pretende criar uma força-tarefa para investigar assassinatos na Baixada Fluminense e prometeu "prender quem mata por dinheiro".
Em um evento de ex-alunos de direito da Universidade de Harvard que aconteceu no Centro do Rio de Janeiro em novembro, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, foi perguntado se é a favor da “lei do abate”, proposta por Witzel, mas ele afirmou que não tem o mesmo entendimento sobre o tema e disse que "não existe uma lei desse tipo no Brasil".
A posse de Witzel teve curta duração para que ele pudesse ir a posse de Bolsonaro em Brasília. Ao subir as escadarias do palácio, onde funciona a Assembleia Legislativa, o governador disse que sua expectativa é "fazer o melhor possível" e pediu que "Deus abençoe o estado do Rio de Janeiro".
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Na entrada do palácio, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, disse a jornalistas que ele e Witzel precisarão procurar Bolsonaro para renegociar dívidas do estado e do município e atribuiu o desequilíbrio fiscal aos gastos com os Jogos Olímpicos e à corrupção.