Depois de representantes de Cuba e Venezuela serem desconvidados para a cerimônia de posse do presidente Jair Bolsonaro, neste domingo (23) o futuro ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, confirmou que o presidente da Nicarágua também não será recebido no dia 1º de janeiro. Daniel Ortega vive pressão política e popular no país da América Central.
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“A posse do presidente Bolsonaro marcará o início de um governo com postura firme e clara na defesa da liberdade. Com esse propósito e frente às violações do regime de Daniel Ortega contra a liberdade do povo da Nicarágua, nenhum representante desse regime será recebido no evento do dia 1°”, escreveu Ernesto Araújo no seu perfil do Twitter.
A Nicarágua vive uma onda de protestos contra o presidente, além de conflitos, greves e centenas de confrontos violentas da polícia com a população. A maioria pede a saída de Ortega do poder.
A crise vivida no país é considerada a maior desde 1979, quando estourou a Revolução Sandinista que durou até 1990 com participação, inclusive, do atual presidente nicaraguense.
Ortega foi eleito presidente pela primeira vez em 1984. Após seguidas derrotas, voltou ao poder em 2011 e continua como principal líder do país desde então. Na Nicarágua não existe limite de mandados consecutivos, o que para muitos, é antidemocrático.
O discurso do próximo governo ao desconvidar representantes do país caribenho é o mesmo utilizado quando também foram cancelados os convites a Cuba e Venezuela. Ernesto Araújo e Jair Bolsonaro alegam que não há democracia nestes países.
O curioso é que outros países que vivem sob ditadura, como Arábia Saudita, por exemplo, devem ter representantes na cerimônia de posse do dia 1º de janeiro.
São esperadas cerca de 500 mil pessoas na cerimônia do primeiro dia do ano. Entre amigos e parentes de Bolsonaro, estarão líderes de Estado e população. Daniel Ortega , convidado anteriormente, não tinha confirmado presença até este domingo (23).