Fux arquiva inquérito da Odebrecht contra deputada petista Maria do Rosário

Deputada federal foi citada na delação do executivo Alexandrino Alencar como uma das beneficiadas com dinheiro de caixa dois na campanha de 2010

Maria do Rosário está livre de acusação de recebimento de caixa dois na campanha de 2010
Foto: Marcelo Camargo/ABr
Maria do Rosário está livre de acusação de recebimento de caixa dois na campanha de 2010


A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) está livre da acusação de ter recebido dinheiro via caixa 2 para a sua campanha à Câmara nas eleições de 2010. Neste sábado (22), o Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou que o ministro Luiz Fux arquivou o inquerito da empreiteira Odebrecht contra a petista.

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Maria do Rosário foi citada na delação de Alexandrino Alencar. Segundo o executivo, o Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht teria repassado R$ 150 mil à campanha da deputada por meio de caixa dois. Ou seja, o valor não teria sido declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A política sempre negou conhecimento de qualquer irregularidade.

Sorteado para acompanhar o caso, o ministro Luiz Fux arquivou o inquérito entendendo que não há provas suficientes que culpem a parlamentar do PT de supostos crimes eleitorais . De acordo com Fux, o que se tem são apenas declarações de delatores comprovadamente envolvidos com corrupção.

O pedido para arquivamento partiu da Procuradoria Geral da República através de Raquel Dodge. A procuradora entende que apesar de necessária, a delação não conseguiu trazer provas suficientes.

"Todas as linhas apuratórias possíveis de serem empreendidas neste inquérito não foram suficientes para demonstrar que a deputada federal Maria do Rosário tenha solicitado e recebido, no pleito de 2010, doação eleitoral extraoficial do grupo Odebrecht", escreveu a Procuradoria.

Ex-ministra da Secretaria Especial dos Direitos Humanos nos quatro primeiros anos do governo Dilma Rousseff, a petista é deputada federal desde 2003. Conhecida por projetos voltados para minorias, ela  criou embates históricos com o presidente eleito Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados. O capitão reformado, inclusive, precisou responder processo aberto por ela após dizer que "não a estupraria porque  ela é muito feia".

Bolsonaro comemorou e ironizou Maria do Rosário em 2017, quando o nome da petista constou na chamada "lista do Fachin" , justamente para que a delação de Alexandrino Alencar citando a deputada fosse melhor apurada. Com o arquivamento, a gaúcha fica sem nenhum processo pendente no STF e estará na próxima legislatura após ter sido reeleita neste ano com mais de 97 mil votos.