Empurrões, troca de acusações, chutes e mal-estar marcaram a sessão desta sexta-feira (21) na Câmara Municipal de São Paulo. Vereadores do DEM, PSOL, Novo e PT se desentenderam durante a audiência pública da Comissão de Estudos de Reforma da Previdência Social e por pouco não terminaram aos tapas e socos. A confusão começou por causa de divergências sobre o projeto em discussão.
Leia também: Reforma da Previdência é "urgente e necessária", diz ministro da Fazenda
Os parlamentares da Câmara Municipal de São Paulo discutiam o plano de Previdência dos servidores do município, o Sampaprev, enquanto professores e funcionários da área de saúde protestavam.
O bate-boca confusão começou quando o vereador Fernando Holiday (DEM), ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL), tentou interromper a fala da colega Sâmia Bonfim (PSOL), alegando que ela estava extrapolando o tempo previsto.
Os ânimos já estavam exaltados devido a um desentendimento entre as vereadoras Sâmia Bonfim e Janaína Lima (Novo) que foram separadas pelo líder do PSDB na Câmara, Fabio Riva.
Também do PSOL, o vereador Toninho Vespoli entrou na discussão. Holiday e Vespoli tiveram de ser apartados. O barulho era intenso e o vereador Eduardo Suplicy (PT) pediu silêncio.
Com o PSOL, o @MBLivre não se cria não! @FernandoHoliday não respeitou a fala da vereadora ELEITA @samiabomfim e teve que ficar pianinho ao ouvir umas verdades cara a cara do @ToninhoVespoli ! Aqui é PSOL, recua direita! pic.twitter.com/XCkfA5hZHo
— PSOL São Paulo (@PSOLSampa) 21 de dezembro de 2018
Guardas municipais foram chamados para a retirada de manifestantes que acompanhavam a sessão no plenário. Suplicy pediu calma e impediu que um guarda retirasse uma manifestante. Após a confusão , a sessão foi interrompida.
Leia também: Atirador de Campinas planejava chacina desde 2008, afirma polícia
Suplicy não toma jeito mesmo.
— Priscilla (@priweinstein) 21 de dezembro de 2018
Teve briga na audiência pública prévia à votação da Reforma da Previdência dos servidores municipais hoje.
🤦🏻♀️ pic.twitter.com/OSuxPdn5Zi
A base aliada do prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), quer tentar votar ainda hoje o projeto que aumenta o desconto em folha do servidor público de 11% para 14% e cria um plano de previdência complementar. A oposição atua para obstruir a votação.
Em março, professores que protestaram contra o projeto acabaram feridos pela polícia. O projeto ficou adormecido nos últimos meses e a foi retomada em novembro.
Após a confusão, Sâmia e Holiday usaram as redes sociais para comentar o ocorrido. “O partido "Novo" e o MBL se dizem a renovação da política, mas são soldadinhos do PSDB na Câmara de São Paulo para aprovar o confisco do salário dos servidores. Nós, do PSOL, vamos pra cima deles. É pra isso que estamos lá”, escreveu a psolista.
Leia também: Movimento em aeroportos, estradas e rodoviárias de São Paulo já é intenso
Já o coordenador nacional do MBL afirmou que a “esquerda não suporta regras, tampouco democracia e opinião contraria” e acusou o também vereador Antonio Donato (PT) de tê-lo agredido pelas costas. Em outra postagem, Holiday afirmou que irá entrar com um pedido de cassação de Donato na Câmara Municipal de São Paulo .
Quem defende confisco salarial de trabalhador na véspera de Natal não merece sossego. pic.twitter.com/ilkL9xRLt5
— Sâmia Bomfim (@samiabomfim) 21 de dezembro de 2018
O vereador @Donato_PT que é líder do PT na Câmara de SP me agrediu e agrediu um GCM durante uma audiência pública sobre a Reforma da Previdência. Além de pedir a cassação desse baderneiro de quinta, vou denunciá-lo ao Ministério Público.
— Fernando Holiday (@FernandoHoliday) 21 de dezembro de 2018