O ex-presidenciável e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), tornou-se réu em ação penal movida pelo governador eleito em São Paulo, João Doria (PSDB), por calúnia e difamação. A abertura do processo foi determinada pela juíza Simone de Faria Ferraz, da 16ª Vara Criminal do Rio de Janeiro.
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Os advogados que representam Doria alegaram no processo que Ciro Gomes cometeu crime contra a honra tucano em diversas declarações. Dentre elas, é destacada afirmação feita pelo pedetista durante palestra realizada em maio do ano passado na Universidade Estadual do Rio de Janeiro, na qual Ciro chama Doria de "farsante".
"Toda a fortuna dele, toda a fortuna dele vem de 'lobby', tráfico de influência e dinheiro público dos governos do PSDB de São Paulo e de Minas Gerais. Esses piqueniques de barão que ele promove tudo é financiado por dinheiro público", disse.
A defesa de João Doria argumentou na queixa-crime, apresentada à Justiça ainda em agosto do ano passado, que é "cristalina" a intenção de Ciro em atingir a honra do tucano, situação que teria se dado de forma "desavergonhada e reiterada".
"Urge acrescentar que o querelado [Ciro] não guarda qualquer arrependimento quanto às ofensas feitas, tampouco demonstra se importar com a resposta judicial que pode sofrer por conta de suas condutas ilícitas, decerto por acreditar na impunidade de seus crimes", diz a defesa.
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Ao receber a queixa por calúnia e difamação , a juíza do Rio de Janeiro apontou que a denúncia "descreve o fato criminoso em todas suas circunstâncias, permitindo a completa compreensão da acusação e, consequentemente, o exercício da ampla defesa".
A magistrada fixou prazo de dez dias para que Ciro apresente sua resposta à acusação, por escrito, bem como apresente pedidos de preliminares, apresentar provas e apontar testemunhas em sua defesa.
Se condenado, Ciro Gomes pode pegar pena de até dez anos e oito meses de prisão. O ex-governador cearense até o momento não se manifestou quanto à abertura do processo.
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