Deputados do PSL, partido do presidente eleito Jair Bolsonaro, procuraram o atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), nos últimos dias para discutir o futuro espaço da sigla na Mesa Diretora e em comissões chave da Casa a partir da próxima legislatura que começa em fevereiro de 2019.
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O movimento deste grupo de deputados
, no entanto, vai na direção contrária ao de outras lideranças do partido que, segundo mensagens reveladas pelo jornal O Globo na tarde de ontem (6), estão tentando montar uma candidatura de oposição ao nome de Rodrigo Maia, em torno do apoio ao deputado João Campos (PRB-GO).
Liderado pelo atual presidente do PSL, Luciano Bivar, o grupo que procurou Maia indicou que gostaria de garantir uma importante vaga na composição da Mesa Diretora da Casa, provavelmente a vice-presidência, e o comando da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importa da Câmara já que por ela passam todos os projetos relacionaos a constitucionalidade e legalidade que, depois, serão submetidos ao plenário.
Dirigentes do DEM, no entanto, afirmam que Rodrigo Maia não assumiu nenhum compromisso com o PSL e revelaram irritação de aliados do atual presidente da Câmara com o partido. Isso porque Maia já tinha pedido a neutralidade ao governo Bolsonaro que, por sua vez, declarou publicamente que não iria interferir na disputa. Dessa forma, se as articulações com o atual presidente da Casa realmente fracassarem, a vice-presidência da Mesa na chapa de Maia deve ficar com um dos partidos do "Centrão". Na gestão atual, o posto é ocupado pelo MDB.
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Enquanto isso, a outra ala do PSL, que inclui o filho do presidente eleito, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), tenta atrair integrantes de outras siglas para fortalecer a candidatura de Campos. O jornal O Globo revelou que, secretamente, o deputado federal eleito por São Paulo se reuniu com dirigentes de legendas como o PR, PRB e o Podemos a pedido de Bolsonaro para lançar uma outra chapa com o apoio do governo.
Na ocasião, Eduardo Bolsonaro mandou uma mensagem pelo grupo no WhatsApp chamado "Bancada PSL 2019" em que diz "O PSL está fora das articulações? Estou fazendo o que com o líder do PR agora? Ocorre que eu não preciso e nem posso ficar falando aos quatro cantos o que ando fazendo por ordem do presidente. Se eu botar a cara publicamente, o Maia pode acelerar as pautas bombas do futuro governo. Por isso, quem tem feito mais essa parte é o delegado Waldir no plenário e o Onyx via líderes partidários", disse o filho de Bolsonaro.
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Também segundo as mensagens reveladas pela reportagem, ele e a deputada Joice Hasselmann discutiram e trocaram acusações. Eduardo Bolsonaro disse para a deputada "sua fama já não é das melhores. A continuar assim vai chegar com fama ainda maior de louca no Congresso. Favor não confundir humildade com subordinação. Liderança é algo automático, não imposto". Na sequência, Eduardo disse ainda que:
"Salta aos olhos a intenção da Joice de ser líder [do partido] e assim como já demonstrou na época da campanha ela atropela qualquer um que esteja à frente de seus objetivos (...) Vamos começar o ano já rachados com olhar de desconfiança e cheios de dúvidas", escreveu Eduardo no grupo.
Como resposta, Joice mandou "Eduardo, não admito nem te dou liberdade para falar assim comigo, ou escrever algo nesse tom. Não te dei liberdade pessoal nenhuma, portanto, ponha-se no seu lugar. Minhas discussões aqui são políticas e não pessoais. Se formos discutir a questão 'fama', a coisa vai longe. Então não envergonhe o que seu pai criou" e completou dizendo, em outro momento:
"Você tem meu telefone, Eduardo. Quando quiser conversar como gente grande, sem mandar recadinhos pelo Twitter, ligue ou falemos olho no olho. Sou adulta o suficiente para passar por cima do que aconteceu na época de campanha com major [Olímpio] e cia. Acho que vc tbm deveria ser. Hora de crescer. Saudações", finalizou.
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João Campos, o possível candidato apoiado pela ala liderada por Eduardo Bolsonaro, por sua vez, pediu ao filho de Bolsonaro que convença o pai a se envolver diretamente com a disputa na Câmara. Representantes do PRB que também integrariam a futura chapa, no entanto, ouviram do futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que o bloco de deputados poderá ter simpatia do novo governo, mas não mais do que isso, confrontando com a versão dada pelo próprio Eduardo Bolsonaro, em particular, no grupo de WhatsApp do PSL.