Lewandowski quer cumprimento de autorização para Lula dar entrevistas

Ministro afirmou que não há mais "suposto risco de interferência no pleito" e pediu para que Dias Toffoli derrube a decisão que impedia as entrevistas

Ricardo Lewandowski quer que Toffoli considere prejudicada a decisão que impedia a entrevista do ex-presidente Lula
Foto: Carlos Moura/SCO/STF - 7.6.2017
Ricardo Lewandowski quer que Toffoli considere prejudicada a decisão que impedia a entrevista do ex-presidente Lula

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski quer liberar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a conceder entrevistas a veículos de comunicação. Na decisão, Lewandowski afirmou que a  proibição para Lula dar entrevistas não tem mais validade, e por isso o político estaria livre para falar com jornalistas.

O ministro encaminhou ao presidente do STF, ministro Dias Toffoli, duas petições para que o Supremo abra caminho para a realização de entrevistas com Lula. Em 28 de setembro, Ricardo Lewandowski concedeu uma liminar (decisão provisória) autorizando Lula a conceder entrevistas à jornalista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, e ao jornalista Florestan Fernandes.

Na ocasião, a Procuradoria-Geral da República (PGR) divulgou nota afirmando que não recorreria da decisão, em respeito à liberdade de imprensa . No entanto, o ministro Luiz Fux acolheu um pedido do Partido Novo e suspendeu a liminar do colega, alegando que, ao falar com a imprensa, o ex-presidente poderia confundir o eleitor e causar “desinformação” às vésperas do primeiro turno das eleições.

Numa disputa de liminares, Lewandowski, em seguida, proferiu nova decisão , reafirmando a autorização para que o petista falasse com jornalistas. Toffoli, porém, interveio, e fez prevalecer o entendimento de Fux até que o caso fosse apreciado em plenário, o que nunca ocorreu.

Desde 7 de abril, Lula cumpre, na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, pena de 12 anos e um mês de prisão, imposta pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá (SP).

Na decisão de segunda-feira (3), Lewandowski diz que a argumentação que impedia a entrevista “foi esvaziada” após a realização da eleição para presidente. “Portanto, não há mais o suposto risco de interferência no pleito, pelo que cumpre restaurar, sem mais delongas, a ordem constitucional e o regime democrático que prestigia a liberdade de expressão e de imprensa”, afirmou.

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Ricardo Lewandowski quer que Toffoli considere prejudicada a decisão que impedia a entrevista do ex-presidente Lula, passando a valer assim a liminar que autoriza o acesso de jornalistas ao petista.