TSE julga nesta terça-feira prestação de contas da campanha de Bolsonaro

Segundo parecer do órgão técnico do TSE responsável pelo assunto, as contas de campanha do presidente eleito serão aprovadas com ressalvas

Parecer de órgão técnico menciona que a campanha de Bolsonaro recebeu doações de fontes não permitidas
Foto: Divulgação/Governo de Transição
Parecer de órgão técnico menciona que a campanha de Bolsonaro recebeu doações de fontes não permitidas

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai julgar, nesta terça-feira (4), a prestação de contas da campanha eleitoral do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). O julgamento da campanha de Bolsonaro, que está agendado para as 19h de hoje, é a última formalidade pela qual o presidente eleito terá que passar, antes de ser diplomado, na próxima segunda-feira (10). 

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Essa prestação de contas será julgada pelo plenário do TSE, a partir do voto do relator do caso, o ministro Luís Roberto Barroso. De acordo com o parecer do órgão técnico do TSE responsável pelo assunto, as contas da  campanha de Bolsonaro devem ser aprovadas com ressalvas. Depois de aprovadas e do presidente eleito diplomado, falta apenas a sua posse, no dia 1º de janeiro, para que assuma o poder. 

Na semana passada, a procuradora-geral eleitoral, Raquel Dodge, recomendou a "aprovação com ressalvas" das contas de campanha da chapa composta por Bolsonaro e pelo vice-presidente eleito Hamilton Mourão (PRTB) nas eleições presidenciais de 2018.

O parecer foi enviado pela jurista que também é procuradora-geral da República (PGR) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na noite da segunda-feira (26) e divulgado na manhã da última terça-feira (27).

Por enquanto, os analistas e técnicos do TSE  avaliaram como uma das irregularidades a devolução de depósitos feitos na conta bancária da campanha. O financiamento coletivo por meio de uma empresa sem registro prévio na Justiça Eleitoral também foi objeto de impropriedade pelos analistas.

No entanto, a assessoria técnica não identificou prejuízo ao controle social das doações, pois a plataforma usada para arrecadação dos valores e a empresa subcontratada para o arranjo dos pagamentos foram previamente cadastradas no TSE.

O parecer dos técnicos menciona também o recebimento de doações de fontes não permitidas. É o caso de doadores que são permissionários do serviço público, como taxistas. Como se trata de doação cuja fonte pode ser desconhecida dos candidatos e partidos, o TSE possui uma jurisprudência que impede a responsabilização direta caso haja erros cometidos pelos próprios doadores.

Assim, o órgão interno determina que os recursos referentes a essa irregularidade na prestação de contas , transferidos ao PSL, partido de Bolsonaro, sejam recolhidos ao Tesouro Nacional.

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De acordo com a defesa da campanha de Bolsonaro , as questões pontuadas pelos técnicos do TSE não são suficientes para reprovação das contas. Sobre o caso das doações vedadas, o corpo jurídico do presidente eleito argumentou que a equipe de campanha já havia apresentado questionamento aos doadores com o objetivo de evitar possíveis irregularidades.

* Com informações da Agência Brasil.