O ex-ministro Antonio Palocci foi chamado a prestar depoimento na condição de testemunha de acusação em ação penal da Operação Zelotes contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Esse processo trata de suposto esquema de venda de MPs que favoreceram montadoras de veículos.
Recém-engresso da prisão, onde permaneceu por mais de dois anos, Antonio Palocci será ouvido já na manhã dessa quinta-feira (6), por videoconferência na sede da Justiça Federal em São Paulo – cidade onde ele passou a cumprir prisão domiciliar por determinação do Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF-4).
Nesse mesmo dia, será interrogado o ex-auditor fiscal do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) João Batista Gruginski. De acordo com informações prestadas nesta terça-feira (4) pela Justiça Federal de Brasília, onde tramita esse processo, é possível que testemunhas de defesa também sejam ouvidas nesse mesmo dia, caso haja tempo. Entre elas, estará o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
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Os depoimentos serão tomados pelo juiz federal Ricardo Augusto Soares Leite, substituto na 10ª Vara da Justiça Federal no DF. O titular do caso, juiz Vallisney de Oliveira, está em período de férias.
A Justiça atendeu a pedido de Lula e dispensou o ex-presidente de acompanhar os depoimentos das testemunhas nesse processo da Operação Zelotes . O petista deve ser interrogado por videoconferência em data ainda não anunciada.
Já na sexta-feira (7) estão previstas audiências com mais cinco testemunhas de defesa: Luiz Antônio Rodrigues Elias, Ivo da Motta Azevedo Corrêa, Nelson Machado, Marcos Augustos Hernandes Vilarinho e Eduardo Garcia Ruiz.
Nessa ação penal, Lula é acusado de ter cometido crimes de corrupção passiva ao supostamente atuar em esquema que envolveu irregularidades na edição de medida provisória que beneficiou montadoras. Também são réus nesse processo o ex-chefe de gabinete Gilberto Carvalho, além dos empresários Carlos Alberto de Oliveira Andrade (Grupo Caoa) e Paulo Ferraz Arantes (MMC - Mitsubishi).
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), que foi quem pediu o depoimento de Antonio Palocci , empresas do setor automobilístico teriam prometido R$ 6 milhões a Lula e a Carvalho em troca de benefícios para o setor. A defesa de Lula nega as acusações.