Futura ministra da Agricultura desmente jornal e diz que não é 'parceira da JBS'

Tereza Cristina foi acusada pela Folha de S.Paulo de ter concedido incentivos fiscais à empresa, quando ainda ocupava a Secretaria do Agronegócio de MS

Tereza Cristina, futura ministra da Agricultura de Bolsonaro, foi acusada de beneficiar a JBS, empresa dos irmãos Batista
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Tereza Cristina, futura ministra da Agricultura de Bolsonaro, foi acusada de beneficiar a JBS, empresa dos irmãos Batista


Futura ministra da Agricultura do governo de Jair Bolsonaro (PSL), a deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS) afirmou, na manhã desta segunda-feira (19), que não é parceira da JBS – empresa dos irmãos Batista – e que não concedeu benefícios fiscais ao grupo. A declaração vai de encontro a uma reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo , neste domingo (18).

Leia também: Bolsonaro diz que é 'desumano' dar aos pobres o atendimento de médicos cubanos

De acordo com o jornal, Tereza Cristina concedeu incentivos fiscais à JBS, na época em que ainda era a secretária do agronegócio de Mato Grosso do Sul (MS). Ainda segundo a reportagem, a futura ministra de Bolsonaro mantinha um negócio pecuário com o grupo dos irmãos Wesley e Joesley Batista. 

"A matéria foi feita de maneira a levar as pessoas a entenderem que existe uma negociação não republicana e isso não é verdade. São assuntos separados e diferentes", disse a deputada, nesta manhã, à rádio CBN . "Eu não sou parceira da JBS ", esclareceu. 

"Minha família tem um confinamento e este confinamento, lá trás, em 2009, houve uma parceria pecuária que é uma maneira de fazer negócio dentro da pecuária absolutamente normal e que foi feita com essa empresa que é a maior empresa de carnes", explicou a deputada.

De acordo com a futura ministra da Agricultura , o contrato que o negócio da sua família tinha com a JBS era destinado à engorda de bois.

Além disso, frente à denúncia de ter, supostamente, concedido benefício fiscal à empresa, quando secretária de MS, a deputada afirmou que o benefício era "normal" e que foi concedido pelo governo do estado, não por sua pasta. 

"Não havia concessão [de benefício] a JBS a esta época [quando a empresa tinha contrato com a família dela]. Muito depois, a JBS comprou a empresa Seara quando teve uma crise profunda, uma crise economica no País, e a Seara foi vendida à JBS, e foi concedido pelo governo do estado", disse a futura ministra de Bolsonaro .

Leia também: 'Tem nossa confiança', diz Bolsonaro sobre ministra que beneficiou JBS

"Aliás, essa era uma política da época e é ainda hoje, de se dar beneficios a empresas que se instalaram no estado. E foi dado um benefício normal. Eu não dava benefício fiscal. Quem dava benefício era o governo. Minha pasta recebia o pedido e isso era encaminhado para um conselho", explicou a deputada.

Também após a denúncia do jornal, a deputada divulgou uma nota a fim de esclarecer as informações a respeito da sua relação com a JBS. Na nota, Tereza diz que "nunca recebeu doação direta do grupo JBS para sua campanha" e que o "recurso foi transferido via coligação partidária e aprovado pela Justiça Eleitoral".

Por sua vez, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, defendeu a futura ministra da Agricultura, dizendo que também é réu na Justiça. "Eu também sou réu e daí? Tenho que renunciar ao meu mandato?". O presidente eleito responde a uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) por apologia ao estupro. 

"Afinal de contas eu sou uma pessoa, um ser humano, que posso errar. E qualquer um ministro que tiver uma acusação grave e for aprovada nós vamos tomar uma providência. No momento, ela goza de toda confiança nossa ", continuou, sobre Tereza Cristina .