Bolsonaro defende medidas 'meio amargas' para evitar que Brasil vire uma Grécia

Presidente eleito disse que reformas para o país são necessárias para evitar o agravamento da crise e pediu a compreensão dos presentes no encontro

Presidente eleito não detalhou que medidas serão tomadas no governo Bolsonaro
Foto: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
Presidente eleito não detalhou que medidas serão tomadas no governo Bolsonaro

O presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou que é necessário adotar “medidas que são um pouco amargas” para evitar o agravamento da crise no país. Ele não detalhou que medidas serão tomadas no governo Bolsonaro, mas disse que o esforço é para evitar que o Brasil se transforme em uma Grécia. Bolsonaro lembrou que as reformas têm de passar pela Câmara e pelo Senado e pediu a compreensão dos presentes em seu primeiro encontro com os governadores eleitos e reeleitos .

“Algumas medidas são um pouco amargas, mas nós não podemos tangenciar com a possibilidade de nos transformarmos naquilo que a Grécia passou, por exemplo", afirmou sobre o futuro governo Bolsonaro . “Temos de buscar soluções, não apenas econômicas. Se conseguirmos diminuir a temperatura da insegurança no Brasil, a economia começa a fluir."

O presidente eleito destacou as pontencialidades do país, como a riqueza mineral, a biodiversidade, o agronegócio e o turismo. De acordo com Bolsonaro, as soluções passam pelo apoio dos estados. “Não teremos outra oportunidade de mudar o Brasil. Nós temos que dar certo. Não teremos uma outra oportunidade pela frente. Temos que trabalhar unidos e irmandos nesse propósito.”

No encontro desta quarta-feira (14), Bolsonaro propôs aos governadores um pacto a favor do Brasil, no esforço de buscar soluções para os problemas e contribuir na administração das dificuldades. O presidente eleito frisou que o pacto será negociado "independentemente de partido [político]. A partir deste momento não existe mais partido, nosso partido é o Brasil”, disse, sob aplausos.

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Bolsonaro negou que o Ministério do Meio Ambiente será comandada pela atriz e escritora Maitê Proença. Segundo ele, o nome escolhido será o de uma pessoa que conhece com profundidade a questão ambiental e vai focar na concessão de licenças, que, na opinião dele, está cercada de burocracia. “Queremos preservar o meio ambiente, mas não dessa forma que está aí.”

O presidente eleito disse ter ouvido uma análise pertinente do futuro governador de Goiás, Ronaldo Caiado. “Ninguém consegue entender porque o Brasil, com a riqueza que tem, está na situação de hoje”, afirmou Bolsonaro. “Temos que destravar questões que nos colocam em situação de atraso.”

Ao ser informado pelo governador eleito de São Paulo, João Dória, de que as reivindicações dos governadores serão reunidas em uma carta, Bolsonaro afirmou que vai analisar com sua equipe cada item exposto no documento.

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Ao longo desta semana, a expectativa girou do anúncio de novos nomes para compor o primeiro escalão do governo Bolsonaro . Além da pasta do Meio Ambiente, o presidente eleito poderia indicar o comando dos Ministérios da Saúde e das Relações Exteriores. No entanto, o ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, afirmou que não haverá novos anúncios até sexta-feira (16).