Onyx diz que Noruega 'tem que aprender' com o Brasil sobre preservação florestal

País europeu é o principal doador de fundo para a Amazônia; ministro da transição de governo também criticou ONGs nacionais e estrangeiras

Onyx Lorenzoni ironizou o trabalho de preservação do meio ambiente dos noruegueses e exaltou dados brasileiros
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Onyx Lorenzoni ironizou o trabalho de preservação do meio ambiente dos noruegueses e exaltou dados brasileiros

O ministro da transição de governo Onyx Lorenzoni afirmou nesta segunda-feira (12) que os noruegueses devem “aprender” com os brasileiros sobre preservação de florestas. O futuro chefe da Casa Civil informou que o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) receberá nesta terça-feira (13) um “pré-estudo” sobre o repasse de percentual de multas ambientais para organizações não-governamentais (ONGs) nacionais e estrangeiras.

De acordo com Onyx Lorenzoni , o Brasil preservou 31% das suas matas, enquanto países com território semelhante ao brasileiro preservaram 10%. Questionado se o Brasil poderia reduzir a preservação, ele fez críticas a ONGs.

“Nós vamos preservar o Brasil. Agora, com altivez. Não dá para vir a ONG da Noruega ou lá da Holanda e vir aqui dizer o que que a gente tem que fazer”, disse o ministro em entrevista à imprensa no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, onde funciona o centro de transição de governo.

Questionado por um dos jornalistas sobre o repasse feito pelo governo da Noruega ao Fundo Amazônia, utilizado para financiar projetos de preservação de povos indígenas e da Amazônia, o ministro ironizou o trabalho de preservação dos noruegueses.

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“E a legislação brasileira não vale nada? E a floresta norueguesa quanto eles preservaram? O Brasil preservou a Europa inteira territorialmente, toda a União Europeia com as nossas matas, mais cinco Noruegas. Os noruegueses têm que aprender com os brasileiros e não a gente aprender com eles", disse Lorenzoni, que se irritou e encerrou a entrevista.

A Noruega é o maior doador do Fundo Amazônia, para o qual destinou cerca de R$ 2,8 bilhões, entre 2009 e 2016, com objetivo de financiar a preservação da floresta . O contrato entre a nação nórdica e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), responsável pelo fundo, não prevê limite máximo de recursos, mas diz que o dinheiro será usado em projetos até 2020.

Alvo de criticas de Onyx Lorenzoni , o governo do país europeu anunciou, no ano passado, que cortaria pela metade os repasses para o fundo porque os índices de desmatamento no Brasil passaram a aumentar e os noruegueses começaram a questionar as políticas de conservação.