Já convivendo com o período da transição, Jair Bolsonaro afirmou que, se fosse o presidente Michel Temer, vetaria o reajuste do STF de 16% sobre o salário dos magistrados e da Procuradoria-Geral da República com base na Lei de Responsabilidade Fiscal. O aumento foi aprovado na última quarta-feira (7) no Senado.
A afirmação do presidente eleito sobre o reajuste do STF foi feita neste sábado (10) em entrevista publicada nas suas redes sociais .
Uma petição pública que pede veto do presidente atual já recebeu mais de 2 milhões de assinaturas , mas Temer ainda não se pronunciou sobre a decisão que tomará.
Questionado pelo repórter, o deputado disse que, se a decisão estivesse em suas mãos, vetaria o aumento.
"Agora, está nas mãos do presidente Temer, não sou o presidente Temer, mas se fosse, acho que você sabe qual seria minha decisão. Não tem outro caminho, no meu entender, até pela questão de dar exemplo. Eu falei antes da votação que é inoportuno, o momento não é esse para discutir esse assunto. O Brasil está numa situação complicadíssima, a gente não suporta mais isso aí", disse.
Jair Bolsonaro voltou a dizer que o STF "é a classe que mais ganha no Brasil, a melhor aquinhoada", e que o reajuste do salário dificulta o discurso a favor da reforma da Previdência.
"E complica pra gente quando você fala em reforma da Previdência, onde você vai tirar alguma coisa dos mais pobres, você aceitar um reajuste como esse", afirmou.
O presidente eleito descartou que o Congresso vote esse ano uma emenda constitucional para alterar a Previdência, o que demandaria a suspensão da intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro.
Bolsonaro negou que vá usar a reforma da Previdência apresentada por Temer e ressaltou que recebeu propostas de mudanças na legislação infraconstitucional que já tramitam no Congresso, mas que só deve apresentar uma proposta quando assumir o mandato.
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"Se nós bancarmos uma proposta dessa e formos derrotados [este ano], você abre oportunidade para a velha política vir pra cima de nós. (...) Eu tenho que começar o ano que vem com a nossa proposta e convencer os deputados e senadores a votar a nossa proposta", disse.
Em outro momento da entrevista, o presidente eleito disse que mudanças nas regras da aposentadoria devem respeitar os direitos adquiridos dos trabalhadores.
"Nós temos compromisso, temos contrato, as pessoas começaram a trabalhar lá atrás, ou já trabalharam, tinham um contrato, e você tem que cumpri-los, do contrário você perde a sua credibilidade", afirmou Jair Bolsonaro.
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Temas como a reforma da Previdência e o reajuste do STF se tornaram as principais pautas discutidas junto ao presidente eleito neste período de transição. Os dois assuntos devem interferir no ajuste fiscal proposto pelo futuro ministro da Fazenda, Paulo Guedes.
* Com Agência Brasil