MDB tem pior desempenho de sua história na eleição de 2018

Diante de escândalos, partido de Michel Temer teve seu pior resultado desde as eleições diretas de 1982, com só três governadores eleitos em todo o País

Partido do presidente Michel Temer, o pior desempenho do MDB antes de 2018 foi na eleição de 2002 e 2010
Foto: Reprodução Twitter
Partido do presidente Michel Temer, o pior desempenho do MDB antes de 2018 foi na eleição de 2002 e 2010

O partido do presidente Michel Temer teve o pior resultado de sua história na eleição deste ano. O pior desempenho do MDB, antigo PMDB, se deve pela eleição de apenas 3 de seus 11 candidatos a governadores (no Pará, Alagoas e Distrito Federal) e também pelo fato de a legenda ter sido a que mais perdeu votos para deputado federal. 

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Desde as eleições diretas de 1982, o pior desempenho do MDB em eleições estaduais antes de 2018 havia sido registrado em 2002 e 2010, quando o partido elegeu cinco governadores.

Em Alagoas, o governador do MDB, Renan Filho, foi reeleito no primeiro turno com 77,30% dos votos válidos. No Pará, Helder Barbalho derrotou o candidato do DEM, com 55,45% dos votos. Ele é filho de outro emedebista, o ex-governador e senador Jader Barbalho, que também governou o estado entre 1983 e 1987 e entre 1991 e 1994.

No Distrito Federal, o eleito foi o advogado Ibaneis Rocha, que se filiou ao MDB visando a eleição deste ano. Os emedebistas eleitos em estados como Pará e Alagoas fazem parte de famílias tradicionais na política e tiveram grandes coligações partidárias, o que também facilitou a vitória dos candidatos. 

Na última eleição, em 2014, o partido conseguiu eleger sete governadores , inclusive em grandes colégios eleitorais, como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Neste ano, nomes como Paulo Skaf, no estado de São Paulo, José Maranhão, na Paraíba, e Roseana Sarney, no Maranhão, perderam já no primeiro turno. 

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O partido de Temer também foi o que mais perdeu votos para deputado federal: foram 5,3 milhões de votos em 2018 contra 10,7 milhões em 2014. De 66 eleitos, caiu para 34 o número de cadeiras que serão ocupadas pelo MDB na Câmara a partir de 2019. 

O MDB também perdeu força em estados como Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Bahia, com a prisão de líderes partidários na Operação Lava Jato, entre eles Sérgio Cabral, Henrique Eduardo Alves e Geddel Vieira Lima. Os principais fatores apontados para o pior desempenho do MDB são a onda de renovação política e os escândalos de corrupção que o partido teve nos últimos anos. 

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