As eleições deste ano foram marcadas por notícias falsas, as chamadas fake news, criadas e disseminadas por usuários nas redes sociais e até pelos próprios candidatos. Relembre quais foram as mais marcantes fake news das eleições abaixo:
1. A urna que sugeria Haddad após eleitor digitar "1"
Entre as fake news das eleições , houve um vídeo que circulou nas redes sociais no dia 7 de outubro , no primeiro turno das eleições, que mostrava que a urna eletrônica supostamente sugeria automaticamente o candidado do PT, Fernando Haddad, assim que o eleitor apertava o dígito 1.
Em nota, a Justiça Eleitoral desmentiu a situação e garantiu que o vídeo era falso, alegando que alguém digitou o restante do voto enquanto o autor da gravação exibiu apenas a tela da urna. "Não existe a possibilidade de a urna auto completar o voto do eleitor, e isso pode ser comprovado pela auditoria de votação paralela", diz a nota.
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2. Suposto vídeo íntimo de João Doria (PSDB)
O vídeo de um ato sexual com seis mulheres viralizou nas redes sociais e foi atribuído ao candidato ao Governo de São Paulo João Doria (PSDB), no dia 23 de outubro. Hoje eleito governador, Doria desmentiu o vídeo e o chamou de " fake news ". O laudo da perícia contratada pelo tucano atestou que o homem do vídeo não é o político e indicou que era uma montagem.
Em nota, os advogados do candidato afirmaram que "entrarão com uma representação criminal na Justiça Eleitoral em razão da divulgação do vídeo para apurar a autoria do crime de difamação eleitoral e fake news".
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3. Kit Gay e livro exibido por Bolsonaro no Jornal Nacional
Em entrevista ao Jornal Nacional, Jair Bolsonaro tentou exibir um exemplar do livro "Aparelho Sexual e Cia", da editora Seguinte (Companhia das Letras). Segundo Bolsonaro, o livro era parte do material do programa Escola Sem Homofobia (que ficou conhecido como Kit Gay), desenvolvido pelo MEC quando Haddad era ministro da Educação.
No entanto, segundo o MEC, o livro nunca foi distribído nas escolas. Mais tarde, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou a remoção de vídeos e publicações no Youtube e nas redes sociais que associassem Haddad à fake news do "kit gay".
4. A jovem que foi marcada com uma suástica
Uma jovem de 19 anos alegou ter sido agredida por eleitores de Bolsonaro, que a marcaram com uma suástica na barriga, feita por um estilete, no dia seguinte à votação do primeiro turno.
A investigação da Polícia Civil do Rio Grande do Sul constatou, no entanto, que a estudante se automutilou e não foi agredida. A fotografia da suástica na barriga da jovem chegou a exibida na propaganda eleitoral do candidato Fernando Haddad, que também comentou a suposta agressão em seu Twitter.
5. Adelio de Oliveira estava em ato pró-Lula
Uma imagem que circulou no WhatsApp, Facebook e Twitter mostrava Adelio Bispo de Oliveira, o homem que esfaqueou Bolsonaro, ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um ato do PT. A fake news chegou a ser compartilhada por Magno Malta, senador do PR e um dos principais aliados de Bolsonaro.
Foi constatado que a imagem era uma montagem e, portanto, era falsa. A imagem original é do fotógrafo Ricardo Stuckert e está em reportagens de vários veículos. A imagem falsa coloca o rosto de Adelio no local onde estava o rosto de um homem de óculos escuros, próximo a bandeira verde. Veja a montagem abaixo:
6. Geraldo Azevedo foi torturado por Mourão
O cantor e compositor Geraldo Azevedo afirmou que Hamilton Mourão, o vice de Bolsonaro, era torturador na época da ditadura e que havia sido pessoalmente torturado por ele em 1969. Porém, nessa época, Mourão tinha apenas 16 anos e ainda não tinha ingressado no Exército.
A fake news chegou a ser disseminada até por Fernando Haddad, que afirmou em sabatina realizada pela revista Época que Mourão foi, ele próprio, torturador. Após a repercussão, Geraldo Azevedo se retratou e pediu desculpas pelo engano.
Leia aqui: Haddad reproduz fala sobre Mourão ser torturador, mas acusação é falsa
7. Manuela D'Ávila usou camiseta com frase "Jesus é Travesti"
Ganhou força nas redes sociais foto em que a candidata a vice-presidente na chapa de Fernando Haddad, Manuela D'Ávila (PCdoB), usava uma camiseta com os dizeres "Jesus é Travesti". A imagem, na verdade, tratava-se de mais uma montagem. Na foto original, a camiseta que Manuela usava estava escrito "Rebele-se".
A então candidata desmentiu a foto em seu Twitter, Facebook e até na televisão. "Mentiras não passarão! Nos ajude a compartilhar a verdade!" escreveu.
8. A mulher que teria passado a faca para Adelio em atentado contra Bolsonaro
Aryane Campos foi acusada por usuários nas redes sociais de ter passado a faca para Adelio Bispo durante comício de Bolsonaro em Juiz de Fora. A Polícia Federal descartou a participação de Aryane e declarou que o vídeo era uma montagem.
O vídeo sugere que uma mulher de óculos escuros no meio da multidão passa a faca para Adelio. Aryane foi atacada por eleitores nas redes sociais e, logo depois, o vídeo foi analisado e houve comprovação de que Aryane não estava envolvida no caso.
9. Responsável por pesquisa Datafolha é petista
Postagens compartilhadas nas redes sociais afirmavam que a estatística responsável por pesquisas do Datafolha, Renata Nunes César, é petista e faz campanha para o partido no Facebook. A informação, no entanto, baseava-se em publicações de outro perfil: Flávia Nunes César. Páginas alinhadas com a direita e extrema-direita, como o perfil Tropa Conservadora, tcompartilharam a informação equivocada.
Em nota, o instituto Datafolha manifestou repúdio às falsificações envolvendo a sua profissional e afirmou que tomaria as providências judiciais cabíveis, acrecentando que não tem ligação com nenhum partido político.
10. Ursal
No primeiro debate entre os candidatos à Presidência, na TV Band, o candidato Cabo Daciolo (Patriota) pediu a Ciro Gomes que falasse sobre o plano Ursal, a "União Socialista das Repúblicas da América Latina", que não existe.
As fake news das eleições e a fala de Daciolo criaram muitas teorias conspiratórias de que a Ursal teria um plano para fraudar as eleições e para unificar toda a América Latina sob um Estado socialista. As informações eram falsas e a sigla foi inventada pela socióloga Maria Lucia Barbosa, em 2001, como uma ironia para criticar um encontro do Foro de São Paulo em Havana.