O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, quer um militar como presidente da Petrobras, se eleito. O candidato prometeu nomear até cinco generais para seu gabinete. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo .
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Para a campanha de Bolsonaro, ter um militar como presidente da Petrobras , estatal mais importante do País, passaria uma imagem de austeridade e minimizaria impactos de um governo com políticos tradicionais. Além disso, ao colocar um militar para presidir a empresa, Bolsonaro tenta segurar possíveis indicações de partidos do chamado centrão. Até o momento, nenhum nome das Forças Armadas foi cotado.
No momento, tanto o candidato quanto seu guru econômico, Paulo Guedes, estão sendo questionados sobre privatizações, por terem opiniões divergentes sobre o assunto. O candidato passou a defender a visão de que a exploração de petróleo e a geração de energia devem ser vistas também pelas lentes da segurança nacional.
Guedes sempre deixou claro que defende a privatização total de empresas estatais, incluindo a Petrobras e a Eletrobras. Porém, Bolsonaro disse que essas empresas eram estratégicas e não seriam privatizadas. Tempos depois, afirmou que as áreas de produção e refino da empresa poderiam ser vendidas, enquanto a produção de óleo continuaria pertencendo ao Estado.
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“Se não tiver solução, eu sugiro a privatização da Petrobras, acaba com esse monopólio estatal e ponto final. Vamos buscar soluções senão ou eu ou qualquer outro vai privatizar a Petrobras. Se você privatizar a Petrobras, deixar outras empresas entrarem no Brasil, vai ter a livre concorrência aqui, com toda certeza, isso pode acontecer”. disse o candidato, durante sabatina na GloboNews em agosto.
No entanto, ele ressaltou que é pessoalmente contrário à privatização. “Eu entendo que a Petrobras é estratégica, por isso não gostaria de privatizar a Petrobras, esse é um sentimento meu. Agora, se não tiver solução, um acordo, não vai ter outro caminho” afirmou.
Os primeiros 25 anos de história da estatal petrolífera foram predominantemente com um militar como presidente da Petrobras . Nesse período, apenas três dos 15 presidentes da empresa eram civis. Durante a ditadura, o general Ernesto Geisel também presidiu a Petrobras. A partir de 1979, com a nomeação de Shieaki Ueki, a estatal só foi presidida por comandantes civis.
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