Na semana final da corrida presidencial, o candidato Fernando Haddad (PT) conseguiu arregimentar alguns apoios importantes, inclusive entre os partidos de oposição ao PT. Depois de Marina Silva (Rede), foi a vez de Alberto Goldman, ex-presidente do PSDB, declarar voto no candidato petista.
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Figura histórica entre os tucanos, Goldman já foi governador de São Paulo. Ao apoiar Haddad, o ex-presidente do PSDB disse que nunca quis votar no PT, mas que a situação eleitoral o obrigou a rever esse posicionamento. A informação é do jornal Folha de S.Paulo .
"Nunca pensei em votar neles, nunca quis votar neles, mas estamos em uma situação absolutamente diferente", disse. Ele acrescentou, ainda, que as ameaças feitas pelo clã de Bolsonaro ao STF e a opositores "vermelhos" "ultrapassou qualquer limite do aceitável".
"Vou contra minha vontade, contra o que eu pensava, contra os princípios e contra todos esses anos de luta contra o PT. Vou acabar votando em Haddad ", disse Goldman, que disse ainda não querer "pagar para ver" um eventual governo do PSL.
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O líder tucano, contudo, atribui ao PT a ascenção eleitoral de Bolsonaro. "Essa direita que saiu do armário de forma violenta, aquela que baba, que morte, que quer causar mal às pessoas, estava no armário e saiu por trabalho do PT", disse.
Alberto Goldman foi expulso do PSDB pelo diretório paulistano dos tucanos no início do mês por "infidelidade partidária". O PSDB paulistano alegou que suas críticas ao candidato ao governo de São Paulo João Doria , que disputará o segundo turno contra Márcio França (PSB), motivaram a desvinculção do líder.
Alberto Goldman ainda pode recorrer da decisão em instâncias superiores do partido. O ex-presidente do PSDB, por sua vez, reagiu à altura. Em sua avaliação, "não tem nenhum panaca nesse partido que tenha condição moral de pedir a minha expulsão".
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