O candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) voltou a falar, nesta segunda-feira (22), sobre a declaração polêmica de seu filho Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Segundo o presidenciável, Eduardo errou e já foi advertido pelas declarações sobre fechar o Supremo Tribunal Federal (STF). O vídeo com a fala do filho de Bolsonaro viralizou no fim de semana.
"Eu já adverti o garoto. É meu filho. A responsabilidade é dele. Ele já se desculpou. Isso [o vídeo] aconteceu há quatro meses. Ele aceitou responder a uma pergunta que não tinha nem pé, nem cabeça, e resolveu levar para o lado desse absurdo aí", declarou Bolsonaro durante uma entrevista gravada para o SBT. O filho de Bolsonaro tem 34 anos e foi eleito para o segundo mandato como deputado com a maior votação da história.
Bolsonaro disse ainda ter "todo o respeito e a consideração com os demais Poderes". "E o Judiciário obviamente é importante", acrescentou.
O presidenciável aproveitou para reconsiderar sua posição do domingo (21) . "Até fui pesado com o garoto, né? 'Quem fala isso, tem que buscar um psiquiatra'. E ele já assumiu a responsabilidade, repito, se desculpou. E no que depender de nós, obviamente, essa é uma página virada na história", declarou. "Repito: o garoto errou, foi advertido, e vamos tocar o barco", pediu Bolsonaro.
O próprio Eduardo Bolsonaro também se manifestou sobre o vídeo que causou mal-estar na campanha do PSL mesmo em meio a um dia de manifestações de apoio em todo o País. Por meio de suas redes sociais, Eduardo Bolsonaro reconheceu que "foi infeliz" em sua declaração, mas disse que ela "não é motivo para alarde".
O vídeo em que Eduardo Bolsonaro diz que basta um soldado e um cabo para fechar o STF viralizou durante o fim de semana nas redes sociais. A afirmação foi feita em julho durante a aula de um cursinho preparatório para a Polícia Federal (PF), em Cascavel (PR).
Em um trecho da gravação Eduardo questionou: "O que é o STF? Tira o poder da caneta de um ministro do STF, o que ele é na rua? Se você prender um ministro do STF, vai ter uma manifestação a favor dos ministros do STF com milhões na rua?".
O caso repercutiu durante o domingo e nesta segunda-feira. Diversos ministros do STF se posicionaram contra a declaração do filho de Bolsonaro . O ministro Alexandre de Moraes pediu que a Procuradoria-Geral da República (PGR) abra investigação sobre a ameaça, já o presidente da Corte, Dias Toffoli, disse que “não há democracia sem um Poder Judiciário independente e autônomo. Atacar o Poder Judiciário é atacar a democracia”.