Em reunião com evangélicos, Haddad propõe federalizar combate ao crime

Na reunião com lideranças evangélicas, Haddad se apresentou como líder que não irá impor pontos de vistas pessoais sobre esses temas polêmicos

Em reunião, Fernando Haddad e evangélicos discutiram pautas de segurança pública
Foto: Agência Brasil
Em reunião, Fernando Haddad e evangélicos discutiram pautas de segurança pública

Em encontro com líderes evangélicos de vários segmentos, o candidato à Presidência pelo PT, Fernando Haddad, ressaltou sua determinação em federalizar o combate ao crime organizado, reduzir o número de homicídios, garantir a liberdade religiosa e debater temas que chamou de “delicados”, como aborto e drogas. Na reunião entre Haddad e evangélicos, o candidato buscou se apresentar como um líder que não irá impor seus pontos de vistas pessoais sobre esses temas. 

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Ao lado da mulher, Ana Estela, e da ex-governadora e ex-senadora Benedita da Silva (PT-RJ), Haddad e evangélicos  passaram a manhã em um hotel de São Paulo. Participaram da conversa integrantes das igrejas Luterana, Metodista, Anglicana, Assembleia de Deus, Presbiteriana, Batista e Betesda. O presidenciável destacou que ele e a mulher seguem princípios cristãos e defendeu o Estado laico como forma de garantir a liberdade de culto.

Após o encontro, Haddad defendeu a federalização do combate ao crime organizado e metas para reduzir o número de homicídios no país. “O combate vai ser feito pela Polícia Federal, sobretudo, [contra] as organizações que atuam em âmbito nacional e que estão deixando em situação difícil governadores que estão recebendo essas organizações agora, como é o caso do Nordeste, que está sofrendo o efeito da expansão das organizações do Rio e de São Paulo para o resto do país”, disse.

O candidato defendeu a implantação de um Sistema Único de Segurança Pública, a partir de alterações constitucionais. Segundo ele, há condições de aprovar a proposta. “Há ambiente para aprovar. A Constituição é muito sintética, ela tem um artigo destinado à segurança pública. Nós queremos fazer um capítulo destinado à segurança pública, criando um Sistema Único de Segurança Pública.”

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O candidato lamentou o elevado o número de mortes no país. “Nós já temos a polícia que mais mata e que mais morre no mundo”, enfatizou.

Haddad rebateu a sugestão do adversário Jair Bolsonaro (PSL) de não processar policiais que reajam e acabem matando durante o serviço. “Essa licença para matar dificilmente vai passar pela Constituição. A Constituição não acolhe esse tipo de procedimento nem o Ministério Público.”

Sobre alianças políticas, Haddad disse que "nunca fez referência específica" ao PSDB quando lançou a proposta da frente democrática. Segundo ele, sua afinidade é com o " velho PSDB ", sobretudo do ex-governador Mario Covas, já falecido.

No encontro, o pastor Ariovaldo Ramos, da Frente Evangélica pelo Estado de Direito, pediu para os líderes presentes que trabalhem para combater a disseminação de informações falsas nas comunidades religiosas.

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Haddad e evengélicos reclamaram das mentiras nas redes sociais, que atingem o candidato petista e também afetam sua família. “Eu fiquei muito preocupado com a onda de calúnias difamatórias que passaram a frequentar as redes sociais porque isso não vem a público de forma honesta, olho no olho”, disse.

* Com Agência Brasil