TSE adia reunião sobre fake news com campanhas de presidenciáveis

Na reunião, Tribunal Superior Eleitoral pretende propor pacto contra mentiras na internet; adiamento atende a pedido de Jair Bolsonaro

Tribunal Superior Eleitoral vem tentando, sem muito sucesso, combater as notícias falsas no período eleitoral
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil - 6.10.2018
Tribunal Superior Eleitoral vem tentando, sem muito sucesso, combater as notícias falsas no período eleitoral

A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, adiou de terça-feira (16) para quarta-feira (17) a reunião com representantes das campanhas dos candidatos à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). A proposta inicial é empreender uma reunião sobre fake news com os adversários, levantando sobretudo a veiculação de notícias falsas por meio de redes sociais e aplicativos de mensagens.

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De acordo com a assessoria do tribunal, o adiamento da reunião sobre fake news atende pedido do representante da campanha de Jair Bolsonaro. O encontro foi remarcado para ocorrer, a princípio, às 19h30 de quarta-feira (17), de acordo com a agenda de Rosa Weber divulgada pelo TSE.

As notícias falsas entraram na agenda do TSE desde o início da preparação do processo eleitoral. No entanto, um conselho consultivo formado pelo tribunal para lidar com o assunto até o momento não apresentou medidas efetivas ou resultados animadores. A publicação de uma resolução específica sobre o tema, por exemplo, chegou a ser discutida nas reuniões, mas não chegou a ser proposta.

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Em outras frentes, o tribunal chamou os partidos a assinarem um acordo contra as notícias falsas e reforçou a equipe que monitora essa prática, mas as medidas foram insuficientes para conter os boatos virtuais, que inundaram as redes sociais e aplicativos como o WhatsApp durante o período eleitoral.

O TSE agora tenta um pacto entre os dois candidatos à Presidência da República para evitar uma disseminação ainda maior de notícias falsas, que para ministros da Corte podem abalar a credibilidade do pleito. Ocorrências semelhantes, por exemplo, estiveram no centro da eleição de Donald Trump nos Estados Unidos. 

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Sempre que solicitados por algum candidato, os ministros responsáveis por julgar representações sobre propaganda eleitoral têm nas últimas semanas emitido decisões ordenando a remoção de conteúdos manifestamente falsos de redes sociais como Facebook, Twitter e YouTube. A expectativa é que na quarta (17) aconteça a reunião sobre fake news entre as duas campanhas adversárias. 

* Com Agência Brasil