Paulo Guedes nega fraudes e classifica investigações como "afronta à democracia"

Investigado por fraude em fundos de pensão, 'posto Ipiranga' de Bolsonaro para economia afirma que a iniciativa tem objetivo de "confundir" o eleitor

Paulo Guedes é investigado pelo MPF; ele é o guru  econômico do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL)
Foto: Reprodução/Twitter
Paulo Guedes é investigado pelo MPF; ele é o guru econômico do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL)

O economista de Jair Bolsonaro (PSL), Paulo Guedes, manifestou perplexidade com a abertura da investigação para apurar supostas fraudes em seus negócios com fundos de pensão patrocinados por estatais. Guedes ainda afirmou, em nota divulgada por seus advogados, que a iniciativa é uma "afronta à democracia" e que as investigações têm objetivo de confundir o eleitor. 

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"Causa perplexidade que, às vésperas da definição da eleição presidencial, tenha sido instaurado um procedimento para apurar fatos apresentados por um relatório manifestamente mentiroso. Resta claro que essa iniciativa é uma afronta à democracia, cujo principal objetivo é o de confundir o eleitor”, diz o comunicado, feito pelos advogados de Paulo Guedes .

O economista nega ter causado prejuízos aos fundos de pensão. “Cumpre esclarecer que o FIP BR Educacional não trouxe qualquer prejuízo aos fundos de pensão. Ao contrário. Ele apresentou retorno substancialmente acima do objetivo estabelecido no regulamento firmado entre os cotistas”,  diz a nota assinada pelos advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso.

A defesa alega ainda que não houve “qualquer conduta antiética ou irregular por parte de Paulo Guedes, cuja reputação jamais foi questionada e é amplamente reconhecida no Brasil e no exterior” e os advogados acrescentaram que vão apresentar toda a documentação que “comprova a lisura das operações” e “esclarecer quaisquer dúvidas das autoridades competentes”.

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Paulo Guedes é investigado por suposta fraude em negócios de fundo de pensão

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Entidades envolvidas em suposto esquema no qual Paulo Guedes é investigado eram geridas por militantes do PT


No último dia 2, a Procuradoria da República no Distrito Federal começou a investigar uma suspeita de que Guedes se associou a executivos ligados ao PT e ao MDB para praticar fraudes em negócios com sete fundos de pensão: Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras), Funcef (Caixa) e Postalis Correios e BNDESPar – braço de investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

Os procuradores apuram possíveis crimes de gestão fraudulenta ou temerária por parte do economista de Bolsonaro , além da emissão e negociação de títulos sem lastros ou garantias, entre 2009 e 2013.  A apuração começou com a força-tarefa Greenfield, que investiga esquemas de pagamento de propina em fundos de pensão e orgãos públicos. Para essa, baseou-se em relatórios da Previc. 

Segundo informações divulgadas pela Folha de S.Paulo , as transações investigadas teriam sido feitas a partir de 2009. O MPF sustenta que há "relevantes indícios de que, entre fevereiro de 2009 e junho de 2013, diretores e gestores dos fundos de pensão e da sociedade por ações do BNDESPar teriam se consorciado com Paulo Guedes , controlador do Grupo HSM.

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A denúncia da  Folha também afirma que, segundo o MPF, duas das entidades envolvidas no esquema em que  Paulo Guedes é investigado eram geridas por militantes do PT, partido de Haddad. A Previ era gerida por Sérgio Rosa, e o Petros, por Wagner Pinheiro, homens que também são ligados ao ex-presidente Lula.