Jair Messias Bolsonaro (PSL) foi eleito neste domingo novo presidente da República Federativa do Brasil , superando Fernando Haddad (PT).
Nascido em 21 de março de 1955, na cidade de Glicério (SP), no interior de São Paulo, Bolsonaro construiu toda sua carreira política no Rio de Janeiro (RJ). Ele serviu ao exército brasileiro de 1977 a 1988 quando se aposentou como capitão para assumir o cargo de vereador pela capital fluminense, eleito, na época, pelo Partido Democrata Cristão (PDC).
Dois anos depois, nas eleições de 1990, o ex-militar elegeu-se deputado federal pelo mesmo partido e desde então não saiu mais da Câmara dos Deputados, sendo eleito em mais quatro eleições consecutivas. Bolsonaro, portanto, tem 30 anos de vida pública, mas sempre ocupou cargos no legislativo, sendo as eleições 2018 a sua primeira para um cargo executivo.
Conheça as principais propostas de Jair Bolsonaro
Numa campanha mais curta e mais barata, Bolsonaro recebeu o apoio de apenas mais um partido, o PRB de seu vice, o general Hamilton Mourão. Assim, o candidato do PSL teve apenas sete segundos de tempo na propaganada eleitoral gratuita nas cadeias de rádio e de televisão. O pouco tempo, porém, não foi problema para o candidato já que sua campanha focou em estratégias de comunicação pela internet.
No momento mais delicado, porém, Jair Bolsonaro (PSL) sofreu um atentado à faca durante uma caminhada "corpo a corpo" em Juiz de Fora (MG). Ele precisou ser socorrido às pressas e encaminhado à Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora onde passou por uma cirurgia para reparar os danos da facada que atingiu seu abdômen e perfurou uma artéria e o intestino.
Em recuperação, Bolsonaro foi obrigado a cancelar sua agenda desde 6 de setembro, data do atentado, e não participou mais de eventos públicos, com exceção de entrevistas gravadas que concedeu ainda do hospital e na sua casa. Ainda assim, a cobertura de sua recuperação seguiu dando grande visibilidade para a campanha do ex-capitão do exército que continuou crescendo nas pesquisas.
Ainda assim, na véspera, as pesquisas de intenção de voto dos principais institutos, Ibope e Datafolha, não mostravam o candidato com mais de 40% dos votos válidos. O candidato, portanto, contou com um crescimento bem acima da margem de erro nas urnas para alcançar os 46% dos votos válidos.
A partir da posse em 1º de janeiro, Bolsonaro deverá enfrentar muitos problemas no novo mandato. Além de assumir um País megulhado numa crise econômica, existem cerca de 12 milhões de desempregados e as contas do governo estimam um déficit público bilionário para o ano que vem que paralisa a capacidade de investimento do governo federal.
Já no primeiro ano, o futuro presidente terá que definir a nova política de reajuste do salário mínimo, o trâmite de um possível projeto de lei para fazer a Reforma da Previdência e a renovação ou não da intervenção militar na segurança pública do estado do Rio de Janeiro.
Com problemas no desempenho educacional em várias unidades da federação, crise de refugiados no estado de Roraima e falta de recursos para a área da saúde, o novo presidente Jair Bolsonaro (PSL) deverá utilizar a popularidade do candidato eleito ainda no primeiro turno para aprovar os projetos que possam fazer o País retomar o caminho do desenvolvimento.
Durante a campanha, suas principais propostas foram para a área de segurança pública. O capitão reformado do Exército defendeu liberar o porte de armas para que a população pudesse se defender e também é autor de projetos de lei, não aprovados na Câmara, como o da castração química para estupradores. Ainda na área, Bolsonaro defendeu o chamado "excludente de licitude" para que policiais militares que matarem em conflito não possam ser punidos pela corporação e pela justiça.
Na área econômica, Bolsonaro anunciou Paulo Guedes como o ministro do superministério da Economia que reuniria pastas como a da Fazenda e do Desenvolvimento Nacional. Guedes defende a privatização de todas as empresas estatais como forma de resolver o problema do déficit das contas públicas do governo federal, mas já foi barrado por Bolsonaro que defendeu a não-privatização intergral da Petrobras, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, as três principais empresas pública do País.
Bolsonaro também defendeu a redução de impostos e, por isso mesmo, entrou em conflito com Paulo Guedes na reta final já que o economista defendeu uma alíquota única de 20% do imposto de renda para todas as faixas salariais e a criação de uma espécie de nova CPMF, um imposto sobre movimentações financeiras.
Na área da educação, o atual deputado federal é a favor do projeto Escola Sem Partido e critica duramente o chamado "kit gay" contra a ideologia de gênero nas escolas. Além disso, o capitão reformado defende a criação de uma escola militar em cada unidade da federação. Já na área da saúde, o candidato propôs "fortalecer" o SUS, mas afirmou que não faltam recursos.
Propagando o combate à corrupção, Jair Bolsonaro fez uma campanha com o mote de "Brasil acima de tudo e Deus acima de todos".